Apaixonado pelo esporte e com interesse em mudar a realidade do futebol piauiense, o CEO da Empresa de Soluções Tecnológicas SILE e idealizador do programa “Vem Ser Sócio”, Elisvaldo Silva completou o curso de Gestão Esportiva, disponibilizado pela Conmebol, confederação que rege o futebol sul-americano. A vontade de completar o curso veio com o interesse em aprimorar os seus conhecimentos e mudar a forma de gestão no futebol do estado.
Em entrevista ao GP1 Esporte, Elisvaldo afirmou que ao acompanhar o futebol piauiense de perto, percebeu certas deficiências relacionadas a gestão dos clubes e por essa razão optou por iniciar o curso. Durante conversa com a nossa reportagem, o empresário pontuou algumas falhas e possíveis melhorias para os modelos que atualmente são regidos nas equipes do Piauí.
Uma gestão que não sabe lidar com crises afeta o futebol dentro de campo
O futebol é um esporte coletivo e jogado em um 11 contra 11, mas ele não acontece apenas dentro das quatro linhas. Há uma gestão que faz tudo acontecer por fora e que leva a equipe até o gramado, por isto há a necessidade de uma organização interna para levar as equipes até a conquista de títulos.
Na visão de Elisvaldo, o futebol moderno não pode ser gerido de forma amadora, pois conquistam os títulos “de fora para dentro”. O empresário também trouxe a sua perspectiva em relação as equipes piauienses e como os dirigentes precisam se qualificar.
“O futebol hoje não pode ser mais administrado como era na década de 70, 80 e 90. Onde havia um amadorismo muito grande da parte dos gestores. Lembro de alguns casos, onde os dirigentes contrataram cerca de 5 ou 6 jogadores “top de linha”, e com isso o time era campeão e para a torcida era o suficiente”, pontuou primeiramente.
“O futebol moderno necessita de uma gestão mais profissional, na minha visão, hoje os clubes conquistam títulos de fora para dentro. O exemplo disso é Palmeiras e Flamengo, que nos últimos seis anos tem se revezado na conquista dos principais títulos. Puxando para o nosso estado, eu vejo que os nosso dirigentes ainda precisam melhorar, precisam ir atrás de conhecimento, se qualificar. Porquê da forma como está hoje, eu infelizmente não vejo o futebol piauiense subir de nível”, finalizou Elisvaldo.
Gestão Esportiva e o financeiro dos clubes piauienses
Ter dinheiro não basta para uma gestão ser bem sucedida no meio de futebol, ainda mais quando os gastos são superiores ao lucro da temporada. Analisando esta perspectiva, Elisvaldo apontou que não vê uma maior disposição dos atuais gestores das equipes do Piauí em buscar alternativas para ampliar as suas receitas.
“Aqui no estado, os clubes reclamam muito que não possuem verba. Mas eu não vejo, particularmente, os gestores se movimentando para aumentar as receitas, a maioria eu vejo apenas aguardando a ajuda do Governo e Prefeitura. Porém, não vejo nenhum procurando formas de como aumentar a suas receitas. Aqui no Piauí temos o Altos, River e Fluminense-PI, que no meu ponto de vista são os três que estão em um patamar financeiramente superior ao restante. No entanto, ainda precisam de uma gestão um pouco mais profissional, porque ai não conseguimos subir de nível”, relatou o CEO.
Falta de transparência das gestões atrapalha a entrada de novos investimentos
Durante a entrevista, Elisvaldo elencou o fator principal para a dificuldade na entrada de novos investimentos: falta de transparência. “A transparência também impede que empresas optam por não patrocinar clubes locais, pois não possuem uma prestação de contas, apenas há com o poder público, mas para o público geral e torcedores, não há essas transparência”.
Próximos passos para a evolução da gestão esportiva no futebol piauiense
Para finalizar, Elisvaldo contou como irá trilhar os próximos passos para trazer uma nova perspectiva no sistema de gestão. No entanto, o empresário já afirmou que não será uma tarefa fácil e que é necessário conversas e cortar caminhos para conseguir trazer este novo “ar” ao futebol local.
“Não vai ser uma tarefa fácil, porque são gestores que já estão à frente dos clubes há bastante tempo, então eles possuem uma mente um pouco mais fechada em relação a questão de inovação. Mas eu vou procurar fazer a minha parte, conversar, cortar caminhos e vê o que eu consigo implementar com aquilo que aprendi no curso. Mas volto a dizer que não será uma tarefa fácil, pois muitos acreditam que o método que eles veem trabalhando há algum tempo dá resultado, sendo que nos vemos que não dá”, finalizou Elisvaldo.
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