Viralizou, nessa quinta-feira (23), nas redes sociais, um vídeo que mostra o sargento da Polícia Militar do Piauí, João Antônio Torres Nunes, de 64 anos, usando uma tornozeleira eletrônica no exercício do cargo. Nas imagens, ele aparece fardado com o ‘adereço’ à vista. Ele foi preso na terça-feira (21) acusado de ameaçar a ex-companheira dentro de um salão de beleza, na zona sul de Teresina.
O autor da filmagem questiona se alguém já tinha visto um policial de tornozeleira. “Essa é a primeira vez que eu ‘tô’ vendo na minha vida, de serviço ainda porque não quer ceder, rapaz (...) um policial desse bom, rapaz. Trabalhou o resto da vida na polícia, por causa simplesmente de uma mulher”, afirmou.
As imagens têm gerado uma grande repercussão entre os internautas que estão criticando o fato de um agente de segurança pública trabalhar com o referido monitoramento eletrônico.
Prisão
O GP1 apurou que João Antônio foi preso, em flagrante, no dia 21 de maio, acusado de ameaça e importunação sexual contra a ex-companheira Janaina de Sousa Silva dentro de um salão de beleza, no bairro Promorar, na zona sul de Teresina.
Consta que por volta das 18h15, uma equipe da Polícia Militar realizava o policiamento ostensivo na região do Promorar, quando recebeu, via Copom, determinação para atender a uma ocorrência de violência doméstica no salão de beleza.
No local, uma amiga de Janaína relatou que havia acionado a PM porque João Antônio Torres Nunes estava ameaçando a ex-companheira de morte.
Os policiais então entraram no salão e encontraram João Antônio sentado no sofá, e o reconheceram por se tratar também de um Policial Militar. Na ocasião, o sargento relatou que não estava armado, no entanto, uma pistola 24/7 foi encontrada dentro do veículo dele que estava estacionado na frente do estabelecimento.
Já Janaína contou que estava no salão quando o ex-companheiro chegou de surpresa e lhe deu um beijo sem seu consentimento, bem como a ameaçou de morte.
Audiência de custódia
O sargento João Antônio Torres Nunes então foi preso em flagrante e, durante audiência de custódia, teve o flagrante homologado, mas foi posto em liberdade pela juíza Fernanda Marinho de Melo Magalhaes Rocha mediante concessão de medidas cautelares, dentre ela o uso de tornozeleira eletrônica.
Foram então aplicadas as seguintes medidas: comparecimento bimestral a todos os atos e sempre que intimado; proibição de ausentar-se da comarca por mais de 3 dias; monitoração eletrônica pelo prazo de 90 dias, com utilização do mecanismo do botão do pânico; proibição de aproximar-se da vítima pelo limite mínimo de 300 metros; proibição de manter qualquer contato com a vítima, ou seus familiares, inclusive por meio de telefone, mensagem de texto e aplicativos de mensagens instantâneas; afastamento do lar da vítima e proibição de frequentar os mesmos locais que a vítima a fim de salvaguardar a integridade física e psicológica da mesma.
Por fim foi determinada a suspensão do porte de arma de fogo, tendo em vista a necessidade de preservar a integridade física e psicológica da vítima para assegurar a efetividade das medidas protetivas.
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