Leona da Mata
O Tribunal Popular do Júri condenou Ezequiel Rodrigues de Araújo a 26 anos e oito meses de prisão em regime inicial fechado, pelo assassinato da ex-companheira Valdirene Torquato da Silva, ocorrido no dia 25 de janeiro de 2022 no bairro Ilhotas, em Teresina. Na ocasião, ele matou a vítima com 17 golpes de faca.
A sessão, realizada nesta terça-feira (06), foi presidida pela juíza Maria Zilnar Coutinho Leal, do 2º Tribunal Popular do Júri. Participaram do julgamento o promotor João Malato Neto, representando o Ministério Público do Piauí.
Na votação, o Conselho de Sentença considerou Ezequiel Rodrigues de Araújo culpado por homicídio qualificado (por motivo fútil, com emprego de meio cruel, à emboscada e feminicídio).
Na sentença, a juíza Maria Zilnar Coutinho Leal, que presidiu a sessão, ressaltou que “o acusado retirou do filho menor do casal, o amor mais puro da vida de um ser humano. Suprimiu do menor, filho do casal, o direito ao amor materno, dos cuidados diários da sua mãe, da sua educação e todo o carinho e zelo que só uma mãe é capaz de prestar a um filho”.
Ele ainda foi condenado ao pagamento de R$ 300 mil para a reparação dos danos causados pelo acusado aos familiares da vítima.
Interrogatório
Durante interrogatório, o réu declarou desde o início que iria responder apenas as perguntas da defesa e dos jurados, motivo pela qual a magistrada decidiu encerrar o procedimento, visto que o questionamento das partes é classificado como caráter complementar às formuladas pelo juízo.
Nesse sentido, a juíza Maria Zilnar Coutinho se baseou no art. 188 do Código de Processo Penal, que estabelece “o direito de perguntas para esclarecimento das respostas às perguntas formuladas pelo Juiz. Assim, somente após o acusado responder aos quesitos formulados pelo Juiz é que a acusação e a defesa poderão formular perguntas visando esclarecer os fatos”.
Desta forma, foi reservado a Ezequiel Rodrigues de Araújo o direito de permanecer em silêncio.
Relembre o caso
A doméstica Valdirene Torquato da Silva foi assassinada pelo ex-companheiro, Ezequiel Rodrigues de Araújo, enquanto estava a caminho do seu trabalho, localizado no bairro Ilhotas.
O executor, sabendo do trajeto diário da vítima, ficou à espreita, esperando a oportunidade de cometer o crime. Assim que avistou Valdirene, nas proximidades do Colégio Mérito D’Martone, o ex-companheiro a apunhalou pelas costas, e em seguida desferiu mais de dez facadas contra a vítima.
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