O promotor titular da 9ª Promotoria de Justiça Militar de Teresina, Assuero Stevenson, encaminhou à 47ª Promotoria de Justiça o termo de declarações de uma jovem de 24 anos, que denunciou o coronel da Polícia Militar do Piauí, Ricardo Pires de Almeida, por crime de estupro de vulnerável, quando ela tinha 10 anos de idade. O documento foi assinado nessa quinta-feira (31).
O representante da promotoria de Justiça Militar ressaltou que em razão da ausência de atribuição, tendo em vista que não se trata de crime militar, fez-se necessário o envio da referida documentação para Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância e Juventude, com posterior envio da remessa para a 47ª Promotoria de Justiça.
“Considerando que esta promotoria militar realizou atendimento e reduziu a termo as declarações anexas, após comparecimento espontâneo da noticiante que relatou ter sido vítima de crime de violência sexual cometido pelo Coronel da Polícia Militar, Ricardo Pires de Almeida, ocorrido quando a noticiante contava com 10 (dez) anos de idade, no ano de 2010, e considerando a ausência de atribuição deste promotor, tendo em vista que não se trata de crime militar; faço a remessa da documentação para as providências adequadas”, destacou o promotor.
Entenda o caso
Na manhã da última quarta-feira (30), a mãe de uma criança de 11 anos publicou um vídeo nas redes sociais, narrando que sua filha havia sido estuprada pelo coronel da PM-PI, Ricardo Pires de Almeida, que é tio da menor.
Segundo a mãe da vítima, o crime aconteceu na residência dos avós paternos, onde a criança ficava enquanto a ela trabalhava, no município de Paulistana, região Sul do Piauí. No relato desesperado, ela afirma que sua filha está traumatizada.
Segunda denúncia
Logo após essa denúncia vir à tona, um novo caso foi registrado em desfavor do oficial da Polícia Militar. Dessa vez, uma jovem de 24 anos procurou a promotoria de Justiça Militar, narrando que havia sido abusada pelo policial em Teresina, no ano de 2010.
Em seu depoimento, ela relatou que tinha ido com seus pais a um restaurante na capital, juntamente com o coronel Ricardo, a esposa e os três filhos dele. Ao final do dia, ela narrou que foi dormir no apartamento do coronel, pois era amiga das filhas dele, todas crianças à época.
Já na madrugada, ela relatou que estava dormindo no quarto das filhas do coronel, quando ela acabou acordando e o viu ajoelhado ao seu lado, se masturbando por baixo do calção. Ao se deparar com a cena, ela resolveu ficar de costas e o coronel saiu do quarto. Em ato contínuo, a jovem disse que acordou a filha mais velha do coronel e pediu para deitar na mesma cama com ela, porém, passou o restante da madrugada assustada, sem conseguir dormir.
No dia seguinte, segundo consta no depoimento, o coronel Ricardo a abordou, procurando saber como ela estava, mas ela desconversou e foi embora no decorrer do dia.
Coronel da PM foi preso
Na noite dessa quarta-feira (30), o juiz Samuel Roberto Carvalho Lima, da Central Regional de Inquérito de Picos, determinou a prisão preventiva do coronel Ricardo, atendendo a uma representação da delegada titular da Delegacia de Especializada no Atendimento à Mulher e aos Grupos Vulneráveis de Paulistana, onde foi registrada a primeira denúncia de estupro contra ele.
Na decisão, assinada às 22h26, o magistrado pontua que medidas cautelares diversas da prisão não são suficientes para o caso e que o crime possui todos os requisitos para a prisão preventiva.
Na manhã dessa quinta-feira (31), o coronel se apresentou ao Comando Geral da Polícia Militar do Piauí, onde foi dado cumprimento à ordem judicial. Ele permanecerá preso no QCG por tempo indeterminado.
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