Familiares e amigos do estudante de Direito João Pedro Lima Teixeira realizam nesta segunda-feira (21) uma vigília no Parque da Cidadania, em Teresina, para prestar homenagens e pedir justiça em nome do jovem, que foi brutalmente assassinado na última sexta-feira (17), durante um assalto na zona leste da capital.
A vigília no Parque da Cidadania teve início às 17h. Com flores, balões e cartazes, os entes queridos de João Pedro rezaram um terço e, ao final, soltaram os balões, em um gesto de homenagem ao jovem, que hoje completaria 23 anos de vida.
O empresário Edson Novaque, que mantinha com o filho João Pedro uma empresa de cosméticos, falou das boas memórias deixadas pelo estudante de Direito e lembrou do dia em que ele nasceu.
“Estávamos muito felizes nesse dia porque era o primeiro neto, o primeiro filho, fruto de um amor muito bonito e a gente estava cheio de planos para que esse garoto crescesse com saúde, com sabedoria. O João Pedro não foi um garoto que teve tudo que desejava, mas teve o que era necessário e ele sempre entendeu muito isso”, afirmou Edson Novaque.
O pai lembra que João Pedro começou a trabalhar na empresa aos 15 anos, quando ele teve um problema de saúde e por algum tempo não conseguiu tocar o negócio. “Ele foi meu companheiro de trabalho desde os 15 anos, nunca me deixou em momento algum. Quando eu tive um problema cardíaco precisei passar uns dias fazendo uma série de exames, e tinha que ter um repouso absoluto. A empresa era muito pequenininha, a gente tinha começado com pouquíssimos recursos, só o sonho e a ajuda de Deus, e o João Pedro um dia sentou do meu lado na cama e disse: pai deixa eu fazer as entregas da empresa, eu consigo. Ele começou e deu muito certo, tomou de conta da empresa, modernizou a empresa tudo foi ele que fez”, detalhou.
“Viveu intensamente”
Ainda segundo o pai de João Pedro, ele foi um jovem que viveu a vida intensamente, cercado de pessoas queridas. “Ele foi um garoto que vivenciou tudo com a gente. Foi um garoto que teve os pés na roça, foi para o interior, brincou, se divertiu, e nesse último momento já estava mexendo com produção de eventos, conhecendo pessoas diferentes, então o João viveu intensamente a vida dele”, ressaltou Edson Novaque.
Justiça
Questionado sobre a sensação diante de perder um filho tão jovem, o empresário falou que respeita e confia no trabalho da Polícia Civil e da Polícia Militar, mas criticou o Poder Judiciário, afirmando que a Justiça do Piauí “está com as mãos sujas de sangue”.
“Confio muito na Polícia Militar e na Polícia Civil do Estado do Piauí. O João é sobrinho de policiais e eu acompanho a vida desses policiais e sei o quanto eles são abnegados e trabalhadores. O que me entristece é a Justiça do Piauí, me entristece ver que uma pessoa como aquela que tirou a vida do meu filho já tem passagens pela polícia, então, a Justiça do Piauí está com as mãos sujas de sangue, não é só do meu filho, é de toda a sociedade”, exclamou Edson Novaque.
O pai do estudante assassinado lamentou que o acusado de matar seu filho, mesmo com tantas passagens pela polícia, estava em liberdade. “Porque esses marginais cometem crimes grandiosos e logo estão soltos? Será que esses juízes que vivem em casas boas, cercados de uma segurança e um conforto maior, não pensam que um dia uma violência dessas pode chegar na porta deles?”, concluiu Edson Novaque.
Latrocínio
O estudante de Direito e empresário João Pedro Teixeira, 22 anos, morreu no dia 17 de março, após ser alvejado com um tiro durante um assalto na Vila Samaritana, zona leste da capital. Ele seguia em uma motocicleta na rua Neblina quando foi abordado por dois criminosos, que anunciaram o assalto e efetuaram um disparo de arma de fogo, que atingiu seu pescoço.
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