Motoristas e cobradores de ônibus em greve atearam fogo em pneus e bloquearam o cruzamento da Avenida Maranhão com a Rua Félix Pacheco, no Centro de Teresina na manhã desta quarta-feira (15). A manifestação foi concentrada em frente à sede do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut).
Vídeos registrados por populares mostram o grande volume de fumaça, resultado da queima de pneus. Bombeiros foram acionados para conter as chamas e momentos depois o trânsito da região foi liberado. Com o fim da paralisação, um pequeno grupo de motoristas se deslocou até a sede da Prefeitura de Teresina, localizada na Praça Marechal Deodoro, também no centro da cidade.
A categoria realizou uma série de manifestações desde o dia em que foi deflagrada a greve geral, nessa segunda-feira (13). Horas antes, ação semelhante foi registrada em frente a Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), localizada na Avenida Marechal Castelo Branco. Representantes do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário (Sintetro) cobram a assinatura da convenção e o pagamento de salários atrasados. O ato foi pacífico e a Polícia Militar do Piauí foi acionada para garantir a preservação de patrimônio público durante a manifestação.
Esse é o 3º dia consecutivo de greve geral do transporte público de Teresina, após o Sintetro não entrar em acordo com o Setut, que propôs reajuste de 6% nos salários, 20% no auxpilio alimentação e 33% no auxílio saúde, durante audiência realizada com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Em consequência disso, ônibus não saíram das garagens, o que resultou em paradas lotadas e trabalhadores esperando horas pelo transporte alternativo, superlotado.
Tentativa de resolução
O desembargador do TRT Téssio da Silva Tôrres emitiu parecer na tarde dessa terça-feira (14), determinando a circulação de 100% das frotas de ônibus nos horários de pico. Em entrevista ao GP1, o presidente do Sintetro, Antônio Cardoso, afirmou não ter recebido a notificação e questionou a imparcialidade do desembargador.
“Primeiro, o desembargador tem que saber o percentual de 100%. De que? Não somos nós que fazemos as escalas, a escala é feita pela Strans, que determina que o Setut coloque 250 ônibus para rodar, que eles nunca colocaram. Então quem tá descumprindo é o próprio SETUT. Eu quero saber se o desembargador trabalha sem receber. Nós estamos sendo escravizados em Teresina, então tem que ser imparcial”, afirmou o presidente do Sindicato.
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