O superintendente de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do Piauí, delegado Matheus Zanatta, afirmou ao GP1 na manhã desta quinta-feira (16) que a policial penal, que é mãe da enfermeira Isabelle Cristina Simplício Brandão, acusada de um duplo homicídio em Parnaíba ocorrido no último dia 14 de fevereiro, no bairro São Benetido, será alvo de investigação da Polícia Civil. O objetivo é saber como a filha obteve acesso a arma usada no crime, que pertence à policial penal, Lúcia Maria de Sousa Simplício, e se há envolvimento da servidora pública na trama criminosa.
De acordo com o delegado, as investigações que estão a cargo da Delegacia de Homicídios, Tráfico de Drogas e Latrocínio (DHTL), já identificaram que a acusada fez um empréstimo de R$ 12 mil com as vítimas. Essa é a principal hipótese, até o momento, que possa levar à motivação do crime.
“O que nós levantamos é que ela pegou arma da mãe dela para praticar o duplo homicídio e tentativa de homicídio. Possivelmente, a mãe dela também vai responder por ter entregue essa arma de fogo para a filha, mas ainda não existe indícios de que ela tenha participado ativamente dos homicídios juntamente com a filha. Tem que se verificar se ela agiu com dolo ou se a filha pegou escondido essa arma, então toda essa situação será explicada”, explicou o delegado Matheus Zanatta.
Vítimas tinham sido presas um dia antes de morrer
O superintendente de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do Piauí, Matheus Zanatta, pontuou ainda que as duas vítimas (Deoclécio Rodrigues Silva de Souza e José de Maria Vieira Lira), haviam sido presas pela Polícia Rodoviária Federal um dia antes de terem sido executados.
Eles foram abordados e flagrados com R$ 84 mil entre dinheiro e folhas de cheques. Na ocasião, os dois foram conduzidos para a Central de Flagrantes de Parnaíba, os valores foram apreendidos e os suspeitos foram liberados posteriormente.
“Das três pessoas, duas delas já têm passagens, inclusive, por crimes violentos, e existem indícios de que eles tivessem envolvimento com organização criminosa. Essa pessoa que sobreviveu é o Pedro, ele está internado e não corre risco de morrer. Nós ainda não o ouvimos, mas o fato é que a acusada estava devendo as vítimas, que foram cobrá-la. Há uma informação de que as vítimas estavam com uma Hilux, que seria da família da Isabelle, mas isso precisa ser confirmado na instrução do inquérito”, completou.
Entenda o caso
O GP1 apurou que a família da acusada realizou um empréstimo com uma das vítimas, que era agiota, mas, para tanto, deixou um veículo modelo Hilux como garantia. Contudo, em razão da demora para a quitação da dívida, a vítima afirmou que iria negociar o carro da família, a fim de sanar a dívida que havia sido feita, no valor de R$ 12 mil, o que motivou a ira de Isabelle Cristina Simplício Brandão.
Isabelle então marcou um encontro com o agiota na tarde do dia 14 de fevereiro, sob a alegação que iria pagá-lo, porém quando a vítima chegou até a Rua Boa Vista, no bairro São Benedito, em Parnaíba, Isabelle sacou a arma e atirou, atingido dois homens, que morreram na hora, além de uma terceira pessoa identificada como Pedro Jorge do Nascimento Freitas, que foi socorrida para o Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA).
Logo após o crime, Isabelle retornou para casa e empreendeu fuga na madrugada do dia 15 para o município de Camocim-CE, onde acabou sendo presa pela Polícia Militar do Estado do Ceará. Após a prisão, ela manteve-se em silêncio e não revelou detalhes do duplo assassinato.
Ver todos os comentários | 0 |