Foi iniciado nesta quarta-feira (13), pelo Tribunal do Júri, o julgamento do tenente aposentado da Polícia Militar do Piauí, Pedro José de Oliveira, acusado de assassinar a ex-esposa, Marilena Pereira da Rocha Oliveira, em janeiro de 2022, em Teresina. Durante o seu interrogatório, o oficial negou as acusações e afirmou que está sendo vítima de perseguição por parte da família da vítima.
A sessão do Júri Popular ocorre na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Teresina e é presidida pela juíza Maria Zilnar Coutinho Leal. O membro do Ministério Público é o promotor João Malato Neto e a defesa é feita pelo advogado Otoniel Bisneto.
O policial está sendo julgado pelo crime de homicídio qualificado triplamente qualificado (por motivo fútil, uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio); violência doméstica, descumprimento de medida protetiva.
Interrogatório
De acordo com o policial Pedro José, ele tinha conhecimento de duas medidas protetivas contra ele e que, por conta disso, passou anos sem se encontrar com Marilena. “Existiam duas medidas protetivas, sem motivo. Há 17 anos que estou sem pisar no conjunto onde eu convivia com minha ex-mulher. Eu não estive próximo à residência dela, nem no dia 25 e nem no dia 16”, declarou Pedro José Oliveira.
Além disso, o oficial da PM afirmou que no dia do crime estava com sua atual esposa e sua sogra. “No dia do crime eu estava em minha residência com minha esposa e sogra. [Estou sofrendo] perseguição e importunação da família dela. A minha vida é viver para minha família, eu não tinha motivo para perseguir ela. Nós ficamos casados por 13 anos, vivíamos uma vida normal, como todo casal, com amor e carinho”, declarou o policial ao ser questionado pela juíza sobre como era a vida dele com Marilena”, afirmou Pedro José.
Questionado pelo promotor João Malato sobre câmeras de segurança que flagraram o carro dele nas proximidades da casa de Marilena, Pedro José negou e alegou que o veículo dele foi clonado. “Desde o dia que eu contraí matrimônio com minha atual esposa, há 17 anos, eu tive três infartos e, por causa disso, estou proibido de dirigir por recomendações médicas. Não sei porque estou sendo acusado, nunca mais peguei em veículo. Eu não estava lá. Existe carro com placa clonada”, argumentou Pedro José Oliveira.
O policial Pedro José Oliveira negou ainda briga financeira com Marilena garantindo que repassava 100% do seu salário para ela, assim como a entregou o seu cartão de crédito. Pedro José negou ainda as acusações de agressões físicas contra a ex-mulher, mesmo tendo sido confirmadas pelos filhos do ex-casal, a quem ele disse que “falaram inverdades”.
Após o interrogatório do réu, tanto o representante do Ministério Público quanto a defesa foram instados para realizarem as suas sustentações orais.
Relembre o caso
Marilena Pereira foi alvejada com três tiros em via pública no dia 26 de janeiro de 2022, enquanto andava em uma bicicleta no bairro Mocambinho, zona norte de Teresina. A vítima chegou a passar três dias no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), mas acabou não resistindo.
“No dia, hora e local do crime, a vítima estava se dirigindo de bicicleta para o local de sua fisioterapia, quando foi encurralada pelo acusado no seu carro, um automóvel do modelo Eco Sport, cor branca, de placa PIA-3649. O acusado, então, saiu do carro com uma arma de fogo em mãos apontada para a cabeça da vítima e realizou três disparos contra ela, conforme relato da testemunha ocular”, narra a ação do Ministério Público.
Diante dos fatos, o promotor Régis Marinho ofereceu denúncia contra Pedro José de Oliveira por homicídio qualificado.
Além disso, o promotor pediu que o policial militar aposentado seja condenado a pagar indenização em favor da família da vítima.
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