A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, através do delegado Humberto Mácola, instaurou em março deste ano inquérito policial para investigar crime de estelionato após denúncia do uso do nome da empresa Águas de Teresina para aplicar golpes.
De acordo com a representação criminal, em setembro de 2022, uma equipe da Águas de Teresina foi até uma residência realizar o serviço de corte de ligação quando se deparou com o seguinte recado da moradora colocado junto ao medidor com o hidrômetro de lacre violado: “após 4 dias sem água, foi autorizado pelo WhatsApp da Águas de Teresina, a quebrar o lacre. Não lance a multa no sistema, por favor nos chame que lhe mostro a conversa".
A equipe então conversou com a cliente que relatou ter sido vítima de um golpe. Na conversa no WhatsApp, mostrada pela mulher, a pessoa utiliza um número de telefone afirmando ser da Águas de Teresina e que para o religamento do serviço seria necessário o pagamento via pix e, posteriormente, o envio do comprovante para o email [email protected].
Em seguida a mulher recebeu um número de protocolo e a informação de que após o pagamento, ela deveria enviar ‘selfies’ dela com a conta e documentos de identidade.
Contudo, como no dia seguinte o serviço ainda não havia sido religado, a cliente conversou novamente com o número que afirmou que ela poderia retirar e que ela não seria multada porque o caso já estava com o pessoal da central.
Outras reclamações foram feitas referentes ao mesmo número.
Como o golpe funciona
Uma equipe da Águas de Teresina então começou a averiguar o telefone 0800 233 2000, utilizado nos golpes. Foi constatado que o número pode confundir o usuário já que o telefone verdadeiro da empresa é o 0800 233 200.
Após entrar em contato com o falso número é iniciado o atendimento que logo solicita o número de matrícula e/ou CPF, efetuando a consulta na URA (Unidade de Resposta Audível,) de atendimento.
Após identificar o valor que o cliente deseja pagar, ele solicita esse boleto na URA, e altera algumas informações, como se é cobrança de parcelas ou negociação de débitos, exclui o QRCODE do pagamento via PIX, e altera o código de barras para que certamente seja dado baixa em uma conta particular.
Solicitações
No âmbito do inquérito, o delegado enviou ofícios à Algar Telecom S/A requerendo os dados cadastrais em poder da empresa referentes ao terminal telefônico 0800 233 2000; ao Google solicitando os dados cadastrais do email [email protected].
Dilação de prazo
No dia 28 de junho, o delegado Humberto Mácola requereu a dilação do prazo para a conclusão do inquérito por mais 60 dias para que os fatos sejam esclarecidos em sua plenitude e que possam embasar posterior propositura da ação penal pelo representante do Ministério Público.
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