A juíza Patrícia Luz Cavalcante, da Vara do Núcleo de Plantão de Bom Jesus, converteu em preventiva a prisão em flagrante de Jéssica Pais de Sousa, acusada de espancar até a morte a sobrinha, Maria Eduarda Vitória Oliveira de Sousa, de 5 anos. O caso aconteceu no sábado (14), em Uruçuí.
De acordo com a decisão dada nesse domingo (05), Jéssica Pais foi autuada pelos crimes de homicídio qualificado (quando a vítima é menor de 14 anos) e maus-tratos, por expor a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância ao perigo.
A magistrada homologou a prisão em flagrante e, ao analisar o pedido de prisão preventiva da autoridade policial, destacou que foi mostrado “ter havido alterações na cena do crime, bem como ter sido encontrado sangue na cama que as crianças dormiam, e também nas roupas de cama que estavam na máquina de lavar”.
Ainda conforme a juíza, qualquer medida cautelar alternativa não se mostra suficiente para resguardar a ordem pública e aplicação de leis penal e processual penal. Ela também destacou a necessidade de manter segregação pela imprescindibilidade/complexidade das investigações.
Entenda o caso
Jéssica Pais de Sousa foi presa em flagrante no sábado (14), suspeita de espancar a própria sobrinha até a morte em Uruçuí. Maria Eduarda Vitória Oliveira de Sousa tinha 5 anos e chegou a ser levada para o hospital pela tia, mas já estava sem vida. O irmão de 3 anos de Maria Eduarda, identificado pelas iniciais D.E.de S., também apresentou lesões no corpo.
Segundo a Polícia Militar do Piauí, uma equipe foi acionada por volta das 11h20 com a informação de que havia uma criança morta no Hospital Regional Senador Dirceu Arcoverde com marcas de tortura. Ao chegar ao local, os policiais militares constataram os fatos. A Polícia Civil também foi acionada até o lugar e conduziu a tia da menina para prestar depoimento.
“Os investigadores conduziram a tia da criança até a casa onde ocorreram os fatos, e logo notaram que a casa estava recém-limpa e arrumada. A filha mais velha de Jéssica, de 14 anos, havia limpado o local enquanto a mãe estava no hospital com a prima. Imediatamente a equipe isolou a residência até a chegada dos peritos”, disse o delegado Marcos Halan.
Maria Eduarda e o irmão, de 3 anos, estavam morando com a tia há três meses, pois a mãe das crianças, Magnólia Pais e Sousa, irmã da suspeita, é uma pessoa em situação de rua e mora no estado de Goiás. O menino também apresentava lesões pelo corpo. “A delegacia está investigando se a guarda da tia era legal, pois até agora não foi apresentado o documento dessa guarda”, informou o delegado.
Criança foi torturada até a morte
O laudo cadavérico expedido pela Polícia Civil, obtido com exclusividade pelo colunista Brunno Suênio, aponta que Maria Eduarda foi torturada até a morte. A polícia também identificou sinais de tortura no irmão de 3 anos da vítima, de iniciais D. E. de S.
O laudo cadavérico confirmou que Maria Eduarda teve traumatismo craniano. Ainda segundo o delegado Marcos Halan, os investigadores identificaram várias contradições no depoimento da tia da criança. A Polícia Civil está investigando o caso e não descarta a participação de mais pessoas no crime.
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