Wanessa Gommes
O Ministério Público do Estado do Piauí abriu inquérito civil para investigar a ex-servidora do Hospital Regional Justino Luz, em Picos, por improbidade administrativa na modalidade enriquecimento ilícito (corrupção passiva). A portaria foi assinada nessa segunda-feira (22) pelo promotor Paulo Maurício Araújo Gusmão.
De acordo com a portaria, inquérito policial constatou que Daniela Cavalcante Cachina solicitou e recebeu, para si, vantagem indevida, consistente no valor de R$ 3 mil em razão de sua função exercida no Hospital Regional Justino Luz da pessoa identificada como Maria dos Santos Veloso, sob o pretexto de que conseguiria encaminhar a paciente para Teresina para fechar colostomia anteriormente realizada.
Consta ainda que Daniela solicitou os documentos pessoais de Maria dos Santos Veloso, sob o pretexto de realizaria um "TFD" (Tratamento Fora Domicílio) em seu nome. Contudo, a documentação foi utilizada por Daniela para se passar por Maria dos Santos, na tentativa de conseguir aprovação de crédito de R$ 5 mil junto à loja Piauí Eletro Construções, no dia 21 de maio de 2021.
Logo após a realização da consulta dos documentos da vítima, Daniela Cavalcante se dirigiu até o estabelecimento comercial se passando por Maria dos Santos Veloso, oportunidade na qual assinou o contrato como se ela fosse.
O promotor determinou envio de requerimento ao Hospital Regional Justino Luz para que, no prazo de 10 dias, encaminhe cópia do contrato de prestação de serviços de Daniela Cavalcante Cachina, bem como cópia de seus contracheques/comprovantes de pagamentos.
Outro lado
A assessoria de comunicação do hospital enviou nota informando que Daniela Cavalcante não possui mais vínculo com a unidade hospitalar e que todos os esclarecimentos serão prestados ao Ministério Público. Confira abaixo nota na íntegra:
O Hospital Regional Justino Luz não compactua com referida conduta, inclusive possui diversos avisos em suas instalações para pacientes e acompanhantes no sentido de que todos os serviços e procedimentos realizados são custeados pelos SUS e que, portanto, são gratuitos à população.
A prestadora de serviços Daniela Cavalcante Cachina não possui mais qualquer vínculo com o Hospital Regional Justino Luz e todas as informações requeridas pelo Ministério Público no citado procedimento estão sendo devidamente prestadas por este hospital.
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