Em novembro de 2021, foi anunciado o fechamento de retornos na Avenida XXIII e da rotatória da Ladeira Uruguai, na zona leste de Teresina. O trecho concentra um grande fluxo de veículos diariamente, por se tratar de uma as principais avenidas da Capital e também por ficar situado na saída da cidade. As intervenções foram feitas para viabilizar o rebaixamento do cruzamento da João XXIII com a Avenida Zequinha Freire, acontece que a obra, de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), ainda não saiu do papel.
Quase seis meses após o anúncio da obra, a única mudança visível são os retornos fechados. Na rotatória ainda não se vê equipes trabalhando, nem mesmo materiais de construção. O GP1 esteve no local nessa sexta-feira (13), e registrou tudo parado.
A principal queixa de quem passa todos os dias pelo trecho é a mudança no percurso: quem vem de Altos ou transita pela Avenida Zequinha Freire rumo a zona sudeste agora precisa percorrer cerca de 2 km para fazer um retorno e assim seguir seu destino. O mesmo se aplica para quem vem da região do Dirceu, na BR 226, e quer acessar a zona leste.
Nossa equipe conversou com o senhor Melo, que trabalha como taxista na Ladeira do Uruguai, e elencou os pontos positivos e negativos do fechamento da rotatória e dos retornos. Ele avalia que o trânsito está fluindo melhor, contudo, a distância para se ter acesso a um retorno se tornou um problema.
“Diminuiu o congestionamento, que tinha muito e agora não existe mais aqui na ladeira. Também tinha muito acidente, mas diminuiu. Agora infelizmente para nós, taxistas, teve uma mudança no faturamento com corridas para quem é morador do Dirceu, por exemplo”, afirmou.
Infrações
Ainda segundo o taxista, com o fechamento dos retornos houve um aumento de infrações, pois muitos motoristas decidem subir no canteiro como forma de atalho. “A gente tem presenciado bastante. Isso aqui é constante, mas tem a fiscalização. A PRF [Polícia Rodoviária Federal] marca presença e autua, e, às vezes, até reboca os veículos”, detalhou o senhor Melo.
O que diz o DNIT
O GP1 conversou nessa sexta-feira (13) com o superintendente do DNIT no Piauí, José Ribamar Bastos. Ele defende que o fechamento dos retornos e da rotatória não causou transtornos, apesar das reclamações. O gestor ressaltou que a população vai precisar se acostumar, pois a situação deve perdurar pelos próximos dois anos, que seria a previsão original de prazo para realização da obra – nunca iniciada.
“Nunca vi transtorno lá, o que o pessoal reclama é que os retornos ficaram longe e isso eles vão ter que se acostumar, porque Teresina não é mais uma cidadezinha pequena. Então vai ficar do jeito que está até a obra terminar. O projeto é ter uma rotatória e vai ser permitido o retorno lá em cima dessa rotatória, mas até esses dois próximos anos vai ficar daquele jeito”, colocou.
Ribamar Bastos adiantou que o DNIT poderá fechar mais retornos na região. “Vão continuar fechados os retornos e estamos pensando em fechar mais”, declarou.
Sobre a previsão de início da obra de rebaixamento, o superintendente do órgão federal disse que na próxima semana deve assinar a ordem de serviço para tirar o projeto do papel. “Próxima semana eu assino a ordem de serviço e vamos iniciar”, finalizou.
Ver todos os comentários | 0 |