Policiais federais no Piauí, entre delegados e peritos criminais, paralisaram as atividades por uma hora nesta quinta-feira (12), cobrando a reestruturação da carreira policial e melhorias nas categorias. Em Teresina, a manifestação dos servidores federais aconteceu em frente à sede da Polícia Federal, localizada na Avenida João XXIII, zona leste da Capital.
Em entrevista ao GP1, a diretora regional da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), delegada Léa Mesquita, afirmou que os servidores estão sofrendo com a defasagem na carreira e destacou a falta de gratificações que atinge a classe. Ela ainda pontuou que o trabalho da Polícia Federal é destaque em todo o país e merece melhor tratamento por parte do Governo.
“É um trabalho exclusivo, não podemos trabalhar em outro local, e nós não recebemos nenhum tipo de gratificação. Por exemplo, a Receita Federal recebe bônus de produtividade, a AGU recebe honorários advocatícios e quando a gente compara com a nossa carreira, que antes ficava páreo a páreo com essas outras carreiras, a gente vê cada vez mais um distanciamento e isso desmotiva. Fazemos um serviço especial, a gente coloca a vida em risco, trabalhamos com afinco, a instituição é respeitada, uma das mais reconhecidas pela sociedade, quando, na verdade, os servidores não estão tendo o tratamento que deveriam ter”, pontuou.
O perito criminal e diregor regional da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Weyler Nunes, declarou que a classe está sentindo a queda no poder de compra por conta da defasagem salarial e da inflação, que atingiu os dois dígitos nos últimos meses.
“Primeiro lugar, é externar a nossa insatisfação mediante o que está acontecendo. Por tudo que vem acontecendo nos últimos anos, a questão da Reforma da Previdência, que nós fomos penalizados, tanto com o aumento da nossa contribuição que gera, diretamente, uma perda salarial e também um aumento do tempo de trabalho dos servidores. A questão também da defasagem salarial, a inflação já ultrapassou dois dígitos, então eu calculo que hoje nossa defasagem gira em torno de 30% a 40%. Então, é muito importante esclarecer que a gente não está pleiteando aumento, a gente está pleiteando meramente uma reposição salarial para a gente voltar ao mesmo poder de compra que afeta, diretamente, a qualidade da nossa vida, que tem afetado diretamente a maioria dos nossos colegas de forma negativa. Então, resumindo, estamos expondo essa insatisfação para a sociedade e mobilizar o Governo, o Congresso com relação a essa nossa demanda. Sempre a gente luta pela valorização, isso afeta diretamente a instituição porque a força da Polícia Federal está em seus servidores e esse problema, neste último Governo, tem gerado muita frustração, porque a Segurança Pública era uma das principais bandeiras desse Governo e a gente se frustrou pelo não atendimento das nossas demandas”, explicou.
A mobilização nacional concentra ainda policiais federais e demais servidores.
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