O GP1 obteve com exclusividade os nomes das nove pessoas presas durante a “Operação Mandarim”, deflagrada pela Delegacia de Prevenção e Repressão a Entorpecentes (Depre) na manhã desta quarta-feira (23).
Foram presos Raimundo Nonato Araújo Borges Filho, André Kaue Dias Viana, Govandi Freire de Sá Filho, Fátima, Lorena da Silva Lustosa Ramos e Vitor Levi, além dos três empresários divulgados mais cedo pelo GP1, Paulo Henrique da Costa Ramos Lustosa, o “Paulinho Chinês”, Ítalo Freire Soares de Sá e Ramon Santiago Matos Nascimento.
Coletiva
Em entrevista coletiva à imprensa, no início da tarde, o delegado Tiago Silva, presidente do inquérito, explicou que um dos países fornecedores da droga para o grupo era a Bolívia.
“A partir dos elementos de informação que a gente colheu do inquérito foi possível ver que um dos países fornecedores da droga para esse grupo criminoso era a Bolívia. A gente chegou a detectar a presença de um desses fornecedores aqui no estado, mas não foi possível realizar a prisão dele naquele momento”, afirmou o delegado.
Como funcionava o esquema
O delegado Tiago Silva explanou ainda como funcionava o esquema de lavagem de dinheiro que envolvia empresários. “Os empresários entravam nessa parte da lavagem, na ocultação do patrimônio, principalmente, na construção de imóveis. A partir disso foram feitos o sequestro e o bloqueio das contas e das aplicações financeiras justamente para inquérito posterior em relação à lavagem, que já está em tramitação e que vai apurar de maneira mais profunda a presença de outros eventuais investigados”, pontuou.
“Os empreendimentos eram construídos com o dinheiro do tráfico. O líder dessa associação para o tráfico, o Paulinho Chinês, tinha a cultura de investir todos os seus ganhos dos proventos obtidos com o tráfico de drogas na construção de imóveis”, completou o delegado Tiago Silva.
Ainda de acordo com o delegado, a investigação constatou que o Paulinho Chinês era quem negociava a droga. “Depois de um certo tempo ele passou a não ter nenhum intermediário nessa compra do entorpecente, ele próprio fazia a negociação”, relatou Tiago Silva.
Todas as outras seis pessoas presas são ligadas aos empresários. Segundo o delegado, elas atuavam na parte da dissimulação na lavagem de dinheiro. “Não seriam funcionários, são pessoas que, de maneira consciente, forneciam suas contas e realizavam transações bancárias com dinheiro sabidamente ilícito”, afirmou Tiago Silva.
O delegado Tiago Silva contou também que uma das duas mulheres presas chegou a movimentar mais de R4 10 milhões em três anos. “Foram presas 2 mulheres, sendo que uma delas entre os anos de 2019 e 2021 chegou a movimentar mais de R$ 10 milhões na sua conta, sendo que formalmente ela consta como gerente de uma loja, ou seja, materialmente ela não teria como ter esse ganho financeiro todo. Ela é ligada ao Ítalo”, concluiu.
Operação Mandarim
A Delegacia de Prevenção e Repressão a Entorpecentes (Depre) deflagrou nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (23), a "Operação Mandarim", com objetivo de cumprir 13 mandados de busca e apreensão e 9 mandados de prisão preventiva contra envolvidos com o tráfico de drogas e associação para o tráfico nas cidades de Teresina e Timon.
A investigação teve início em 2018, com objetivo de desarticular a organização criminosa voltada para o tráfico de drogas liderado por um indivíduo identificado como Paulo Henrique da Costa Ramos Lustosa, conhecido como “Paulinho Chinês”.
Ao decorrer da investigação, várias diligências foram realizadas, pessoas presas e drogas apreendidas.
Saiba quem são os empresários
Paulo Henrique da Costa Ramos Lustosa, conhecido como “Paulinho Chinês”, apontado como sendo o líder do grupo criminoso, é proprietário da empresa IPK Empreendimentos Imobiliários, localizada no Edifício Manhattan, no bairro Jóquei, na zona leste de Teresina.
Ítalo Freire Soares de Sá é sócio administrador da empresa Ponto Charme, localizada na Rua Major Sebastião Saraiva, no bairro Morada do Sol, zona leste de Teresina.
Ramon Santiago Matos Nascimento é proprietário da empresa Achei Negócios Imobiliários, localizada no Edifício Manhattan, no bairro Jóquei, zona leste de Teresina.
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