A Polícia Civil do Piauí abriu inquérito policial contra o ex-secretário de Cultura do Piauí e ex-candidato a deputado estadual Scheyvan Lima, acusado de calúnia pela juíza Maria Luiza de Moura Mello e Freitas, 1ª Vara da Infância e da Juventude de Teresina. O inquérito policial foi autuado no dia 31 de outubro pelo delegado Matheus Zanatta, da Gerência de Polícia Especializada.
Após prestar Boletim de Ocorrência contra o ex-secretário Scheyvan Lima por calúnia, a juíza ingressou com representação criminal com pedido de medidas cautelares alegando que passou a ser atacada pelo ex-secretário por conta de um processo, que corre em segredo de justiça, e que resultou na apreensão de crianças em situação de vulnerabilidade.
Consta na representação que a juíza recebeu um áudio gravado por Scheyvan no qual ele insinua que o referido processo teria relação com a cor de pele e religião da denunciada e que não haveria provas para justificar a medida de busca e apreensão das crianças.
No final do áudio, segundo a juíza, Scheyvan convocou várias pessoas para se reunirem na casa da denunciada por entender que a Justiça estaria agindo com preconceito contra uma “mulher preta e pobre”.
“Ocorre que tal conduta é prejudicial ao andamento do processo, uma vez que as crianças, como ele mesmo cita no áudio estão na Casa Dom Barreto, que é instituição reconhecida no âmbito do estado do Piauí”, diz trecho da representação.
A juíza Maria Luíza justificou que houve audiência do referido processo que ocorreu com a participação dos representantes da Defensoria Pública e do Ministério Público demonstrando a legalidade ao procedimento adotado.
Pedidos
Na representação a juíza pediu a instauração do inquérito policial para apurar a relação entre Scheyvan Lima e a denunciada Maria Aparecida, bem como apurar os fatos presentes no Boletim de Ocorrência, referente a acusação de calúnia.
Foi requerida também a adoção de medidas cautelares para que Scheyvan Lima “se abstenha de realizar quaisquer atos públicos referente ao caso que encontra-se em segredo de justiça, motivo pelo qual suas alegações não passam de suposições embasadas nas suas próprias convicções pessoais, considerando que tais práticas atentam contra o regular andamento do feito”.
Outro lado
Ouvido pelo GP1, nessa quinta-feira (17), Scheyvan Lima preferiu não se manifestar sobre o caso.
Ver todos os comentários | 0 |