Funcionários do Hospital Geral e Maternidade no Buenos Aires, localizados na zona norte de Teresina, denunciaram ao GP1 nesta quinta-feira (03) as dificuldades e acúmulos de funções após a decisão da direção em reduzir o quadro de funcionários na unidade.
Em entrevista ao GP1, uma técnica de enfermagem que preferiu não se identificar, informou que o corte no número de funcionários está ocorrendo há cerca de dois meses e que hoje os funcionários do setor da maternidade foram surpreendidos com a confirmação de que a partir da próxima segunda-feira (7), a ala também sofrerá modificações no quantitativo de colaboradores.
De acordo com ela, a direção do hospital alegou que a decisão foi uma ordem superior da Fundação Municipal de Saúde (FMS) e que nada podiam fazer para contornar a situação.
“Há cerca de dois meses a direção vem diminuindo o quadro de funcionários. Começou com o povo do setor de urgência, foram retiradas várias pessoas. Hoje confirmaram que nosso setor, da maternidade, também vai sofrer redução no quadro de funcionários e que não poderiam fazer nada, pois eram ordens superiores, no caso da FMS. Sendo assim, a partir da próxima segunda-feira já teremos essa redução. Eu trabalho no setor de parto normal e vai ficar somente uma técnica para atender, sendo que não tem lógica, não há possibilidade, às vezes acontecem três partos ao mesmo tempo, como vou me dividir em três pessoas para dar assistência tanto para quem está parindo como para a criança que acabou de nascer?”, relata a funcionária.
Com o número de funcionários reduzidos, a técnica de enfermagem afirma que a maternidade será amplamente prejudicada, uma vez que não será possível prestar assistência a todas as mulheres em trabalho de parto.
“Nossa carga horária continua a mesma, mas com um acúmulo de funções que torna tudo isso exaustivo e até impossível. Estarei lotada em um setor sozinha exercendo a função de três pessoas que seriam necessários, porque precisam de dois técnicos de enfermagem, se a criança nasce com dificuldade quem é que vai ajudar? Se a mulher está tendo hemorragia, quem é que vai ajudar?”, disse.
O que diz a FMS
Procurada, a assessoria de comunicação da FMS informou que a medida faz parte de uma reorganização na rede hospitalar, mas sem alterações na qualidade e volume do serviço.
Confira abaixo a nota:
Com a redução nos casos de covid em Teresina, a Fundação Municipal de Saúde está fazendo uma reorganização na rede hospitalar com base nos dados padrão de funcionários por leitos estabelecido pelo Ministério da Saúde, portanto sem modificações na qualidade e volume do serviço.
A FMS ressalta que a reorganização não trará prejuízos para os atendimentos realizados na maternidade do Buenos Aires.
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