O caso Izadora Mourão segue gerando grande repercussão e reviravoltas. Durante entrevista à imprensa na manhã desta segunda-feira (28), o delegado Barêtta, coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), rebateu as afirmações da advogada de defesa de João Paulo Santos Mourão, Esmaela Macedo, que sustentou que a mãe de Izadora, Maria Nercí, foi a autora do homicídio triplamente qualificado ocorrido em 13 de fevereiro de 2021.
O delegado Barêtta ressaltou que as provas periciais encontradas no local do crime e apresentadas ao fim do inquérito policial são robustas e comprovam que João Paulo foi o autor das 11 facadas que mataram a advogada. Segundo o delegado, Maria Nercí apenas auxiliou e acobertou o filho.
“Eu não estou contrapondo a advogada, até porque a constituição diz que qualquer criminoso e acusado possui amplo direito a defesa. Aqui nós estamos mostrando o que tem nos autos do inquérito policial que provam que quem praticou a ação do núcleo do tipo penal matar alguém foi o João Paulo, auxiliado pela mãe dele, onde foi feito todo um planejamento”, declarou.
Estratégia da defesa
O delegado ainda afirmou que a tentativa de fazer com que a mãe da vítima assuma o crime faz parte de uma estratégia da defesa por conta da idade de Maria Nerci.
“A estratégia da advogada de querer colocar a mãe como autora material do crime é porque dona Maria Nerci tem mais de 70 anos, e com isso ela tem certos privilégios na lei penal, como redução de pena do crime e recursos intermináveis que poderão levar a uma prescrição. Isso seria dizer que o poder público não vale nada, que a impunidade é que deve predominar, eu acredito que o meritíssimo juiz de direito e a promotora de justiça vão levá-lo ao tribunal do júri e a sociedade de Pedro II vai condená-los a pena máxima, porque não adianta a gente cobrar por segurança pública e simplesmente virar os olhos ou as costas para criminosos”, declarou o delegado.
Testemunhas
Durante a entrevista, o delegado Barêtta ainda comentou sobre as provas testemunhais do crime e as tentativas de Maria Nerci de livrar o filho da autoria do assassinato, como também de tentar criar uma versão falsa do crime.
“Primeiro, a dona Maria Nercí inicialmente criou um álibi dizendo que uma vendedora que tinha chegado, discutido com a filha e terminou matando ela, e que quando ela viu ela já estava morta. Segundo, ela arrumou outra senhora e aconselhou essa senhora a dizer para qualquer pessoa que a indagasse que o João Paulo estava dormindo no momento do crime”, disse Barêtta.
Perícia
Barêtta relatou também que a perícia da roupa que a mãe usava no momento do crime apontou que ela não estava próxima ao corpo no momento do assassinato. “Lá foram dadas 11 golpes na vítima. Na ocasião foi apreendido o vestido que a dona Maria Nerci usava com manchas de sangue, que apontaram que ela estava a uma determinada distância quando teve contato com o corpo. Além disso, também retrata a violência, profundidade e a rapidez com que foi dado os golpes, nós não temos dúvidas de quem praticou o crime”, finalizou o delegado.
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