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Teresina - Piauí

Polícia indicia 4 pessoas por evento clandestino de boxe em Teresina

Segundo o delegado Menandro Pedro, todas essas pessoas indiciadas possuem formação na área da Saúde.

Em entrevista ao GP1 nesta segunda-feira (03), o titular do 7º Distrito Policial, delegado Menandro Pedro confirmou que quatro pessoas foram indiciadas por crime contra a Saúde Pública, previsto no artigo 268 do Código Penal, em função do evento de luta clandestina, onde Jonas de Andrade Carvalho, conhecido nos ringues como ‘Guerreiro da Luz’, morreu no dia 24 de abril no bairro Itaperu, zona norte de Teresina.

De acordo com o delegado, dessas quatro pessoas indiciadas, todas possuem formação na área da Saúde. Além desses profissionais, os organizadores do evento podem ser indiciados por homicídio culposo caso o laudo cadavérico do Instituto de Medicinal Legal aponte a morte da vítima por traumatismo craniano.


“Já temos 4 pessoas indiciadas, todos estavam no local todo irregular, que não tinha como funcionar uma academia. Desses indiciados, todos são da área da Saúde, um enfermeiro, uma enfermeira, um radiologista e uma fisioterapeuta, eles todos têm obrigação de saber que um evento daqueles com várias pessoas não é regular. Também tinha descumprimento aos decretos, eles até orientavam que as pessoas que chegassem de carro, colocasse o veículo para dentro do local e evitar aglomerações. Na quarta-feira eu vou receber o laudo do IML, dependendo do laudo, os organizadores do evento podem também responder por homicídio culposo", relatou o delegado.

Foto: Brunno Suênio/GP1Delegado Menandro Pedro, titular do 7º DP
Delegado Menandro Pedro, titular do 7º DP

Médica que atendeu vítima foi interrogada

Ainda segundo delegado Menandro, após a vítima ficar desacordada, ela foi levada para o Hospital do Buenos Aires, na zona norte de Teresina, e no local foi feito todo o processo de reanimação cardíaca. A médica que atendeu Jonas argumentou em interrogatório que quando o paciente chegou foi feita massagem cardíaca e aplicação de noradrenalina durante 40 minutos, porém a vítima teve duas paradas cardíacas e morreu.

Foto: Reprodução/WhatsAppJonas de Andrade Carvalho Filho
Jonas de Andrade Carvalho Filho

“Segundo com que eu soube pela médica que atendeu ele no Hospital do Buenos Aires, foi feito pelo menos 40 minutos para tentar reanimar a vítima, todos os procedimentos, até a aplicação de noradrenalina foi feita, o lutador sofreu duas paradas cardíacas e não retornou. A profissional de Saúde afirmou que as características são que o paciente apresentava traumatismo craniano”, destacou.

Foto: Brunno Suênio/GP1Delegado Menandro Pedro
Delegado Menandro Pedro

Tentaram ocultar a luta clandestina

A investigação da Polícia Civil apontou que pessoas envolvidas no evento tentaram negar que a vítima tinha sofrido traumatismo craniano durante uma luta clandestina. Inicialmente, no Hospital Buenos Aires foram apresentadas duas versões, uma que o rapaz sofreu um acidente de motocicleta e a outra versão foi que a vítima sofreu a pancada na cabeça um treino de luta.

“Quando chegaram no hospital levando a vítima, disseram inicialmente que ele tinha caído de moto e batido a cabeça no chão, depois mudaram a versão alegando que foi apenas um treino. Sabemos que a vítima não tinha técnica para a luta e estava participando do evento porque foi apostado e quem ganhasse a luta iria faturar R$ 2 mil. Mesmo após a morte, o evento continuou normalmente”, finalizou.

Entenda o caso

Um homem identificado como Jonas de Andrade Carvalho, conhecido nos ringues como ‘Guerreiro da Luz’, morreu após participar de uma luta de boxe clandestina, na noite de sábado, 24 de abril, no bairro Itaperu, zona norte de Teresina.

De acordo com testemunhas que estavam no local, o homem sofreu várias pancadas na cabeça durante a luta e foi levado ainda com vida para o Hospital do Buenos Aires. Infelizmente, as pancadas que Jonas de Andrade sofreu atingiram o seu crânio e o atleta morreu horas após dar entrada na unidade saúde.

A vítima morava no residencial Júlia Almeida, na cidade de Timon. O Instituto de Medicina Legal (IML) foi o responsável por remover o corpo do homem do hospital e realizar os procedimentos cabíveis.

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