A Polícia Civil do Piauí iniciou investigações acerca do desaparecimento da adolescente Gisele Vitória da Silva Sampaio, 17 anos, mais conhecida como “Sereia 14”, que foi executada pelo Tribunal do Crime na zona norte de Teresina. Passados mais de 30 dias a família ainda não tem informações sobre o corpo da jovem, que foi enterrado em uma cova rasa, a exemplo das recentes mortes registrados em Teresina e Timon.
A mãe de Gisele Vitória, dona Maria de Fátima, recebeu o GP1 nesta terça e disse que a filha saiu de casa com pessoas em um carro preto, na noite do dia 07 de março, e por volta de 5h30 do dia seguinte ela entrou em contato por telefone com os familiares, pedindo para ver o filho de 2 anos, pois ela seria assassinada logo em seguida.
“Domingo à noite, dia 7 de março, ela estava falando com uma amiga no celular e quando foi por volta de meia noite falou para mim que iria sair, mas disse que voltava no outro dia. Ela não falou com quem, mas os vizinhos disseram que tinha um carro preto lá fora, mas eu não vi, porque eu estava colocando o bebê, filho dela, para dormir. Quando foi na madrugada do dia 8, meu sobrinho olhou o celular e viu uma mensagem dela dizendo: “Cadê o Davi? Vão me matar!”, descreveu a mãe.
Dona Fátima relatou que a filha tinha costume de sair de casa, mas naquele domingo ela não voltou. “A gente ficou esperando ela aparecer, porque ela sempre saía e aparecia três dias depois. Ela ia para a casa das amigas, ficava três dias, mas ela não estava nas redes sociais. Eu fui na casa de uma amiga dela e não conseguimos falar com ela. Foi quando apareceu nos grupos de WhatsApp que tinham matado ela”, disse a mãe da jovem.
Assassinatos de duas adolescentes em Timon
Cerca de duas semanas depois de Gisele Vitória ter desaparecido, uma jovem identificada domo Joice procurou Dona Fátima em busca de notícias da amiga, porém no dia seguinte ela surgiu morta em Timon, juntamente com outra colega.
Ao tomar conhecimento do novo assassinato, os familiares de Gisele Vitória desconfiaram da situação e entraram em desespero. “Aquela menina que mataram, a Joyce, ela veio no sábado saber notícia da Gisele. Quando foi no domingo de manhã a gente soube daquelas fotos e vídeos delas cavando a cova, sendo que a Gisele já tinha desaparecido, cerca de duas semanas antes”, lamentou.
A mãe disse à nossa reportagem que acreditou que sua filha ainda pudesse estar viva, até que recebeu fotografias de Gisele Vitória dentro de uma cova, cheia de sangue. Para Dona Vitória, a esperança de ter sua filha de volta se acabou, mas ela espera agora ter a oportunidade de ela mesma enterrar a própria filha.
“Todos os dias eu esperava ela chegar, mas depois da última foto que mandaram, dela já morta, perdi as esperanças, mas queria que alguém falasse onde está o corpo. É um sentimento ruim, porque você cria uma pessoa desde criança, eu sempre levava ela para escola, mas quando ela completou 14 anos ela não quis mais estudar”, lamentou.
Mãe faz apelo para encontrar o corpo da filha
“Eu queria pedir para alguém que se soubesse de algo para ligar para polícia, para a gente enterrar o corpo. Não quero saber quem foi, só quero que seja encontrado o corpo para que ela tenha um enterro digno”, desabafou.
Investigações
Atualmente, o caso está sob responsabilidade da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA). Fortes indícios apontam que os assassinatos de Maria Eduarda, 17 anos, e Joyce Ellen, 15 anos, que moravam em Teresina, mas foram mortas em Timon, têm relação direta com a execução de Gisele Vitória.
Sobre o duplo homicídio, a Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa de Timon deu uma resposta rápida sobre o caso e prendeu uma mulher na cidade de Carlos Barbosa, no estado do Rio Grande do Sul.
Outros duas mortes ocorridas de formas semelhantes estão sendo apuradas pelo DHPP em Teresina. A primeira delas trata-se da viúva negra, encontrada em uma cova rasa às margens do Rio Poti, no Mocambinho. A segunda e mais recente, trata-se de Graziela, localizada morta dentro de uma cova às margens do Rio Parnaíba, na região da Grande Santa Maria da Codipi.
Denúncias
Familiares de Gisele Vitória da Silva Sampaio confidenciaram ao GP1 terem recebido ligações anônimas dando conta de que o corpo da jovem estava enterrado em uma cova na região do Mocambinho, no entanto, o cadáver não foi localizado.
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