O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), por meio do promotor de Justiça José William Pereira Luz, instaurou na segunda-feira (19) dois inquéritos civis contra o prefeito de Várzea Grande, Robert Eudes Nunes de Sousa Segundo, mais conhecido como Dr. Segundo, com o objetivo de investigar processos licitatórios e contratos, bem como denúncias de nepotismo.
Segundo o Ministério Público, o primeiro inquérito vai investigar possíveis improbidades administrativas pelo prefeito Eudes Nunes relacionadas à contratação de três empresas que totalizam um gasto de R$ 4.125.377,76.
As empresas contratadas são: Link Card Administradora de Benefícios Eireli, no valor de R$ 4.098.177,76; Francisco E. A. da Silva ME, no valor de R$ 11.000,00; e José Flávio dos Santos, no valor de R$ 16.200,00. Os contratos são relacionados a um procedimento conhecido como “carona”, que tem relação com a adesão de contratos de outras entidades, podendo ferir a legalidade, impessoalidade e eficiência, segundo o MPPI.
O segundo inquérito visa apurar denúncias de nepotismo direto e cruzado no município. Além disso, o MP vai investigar ainda casos de nomeação para cargos que exigem nomeação de servidor efetivo, como membros da Comissão de Licitações e Controlador Municipal.
O promotor determinou envio do ofício ao prefeito para que ele possa se manifestar sobre as irregularidades para comprovar que não há práticas de nepotismo no município, bem como determinou que o prefeito envie informações explicando o porquê da contratação das empresas sem procedimento licitatório próprio, e pediu o nome dos responsáveis pela contratação e fiscalização.
Outro lado
Procurado pelo GP1, o prefeito Dr. Segundo, do município de Várzea Grande, negou a prática de nepotismo e contratações ilegais na cidade. “Em relação à contratação, o Ministério Público não enviou nenhum ofício, mas todos os contratos realizados pela prefeitura de Várzea Grande no ano de 2021 cumprem rigorosamente o que prevê a legislação. A maior deles sequer foi executado ainda e não te nenhum tipo de irregularidade”, disse.
Além disso, o prefeito garantiu que nenhuma pessoa de sua família tem emprego na prefeitura da cidade, negando assim qualquer prática de nepotismo. “Já em relação à queixa de nepotismo, o que o prefeito tem a declarar é que não tem nenhum parente empregado em cargos administrativos. Não tem nenhum parente em órgãos municipais ou estaduais, que caracterizaria nepotismo cruzado”, finalizou.
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