O Ministério Público do Trabalho no Piauí instaurou inquérito civil para investigar o fazendeiro José Wilson Rufino Leal acusado de manter mãe e filha vivendo em condição análoga à de escravo. A portaria foi assinada pelo procurador Edno Carvalho Moura, no dia 11 de fevereiro.
O procurador destacou no documento que as irregularidades relatadas, se verídicas, têm repercussão coletiva e envolve interesses transindividuais de trabalhadores.
"Considerando por fim, ser o Ministério Público do Trabalho legitimado a propor a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho em defesa dos interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente garantidos", diz trecho da portaria.
Ao final, o membro do MPT instaurou inquérito civil para apurar detalhadamente os citados fatos e adotar as providências cabíveis.
Mãe e filha resgatadas
A Polícia Rodoviária Federal no Piauí (PRF-PI) realizou na manhã de 9 de fevereiro o resgate de mãe e filha, de 44 e 21 anos, que foram vítimas de sequestro e viviam em condições análogas à escravidão, em um sítio localizado na BR 343, na zona rural de Floriano.
As vítimas informaram aos policiais que nunca receberam o pagamento prometido pelo proprietário do local, e que trabalharam durante seis anos realizando trabalhos domésticos. As mulheres detalharam ainda que eram proibidas de deixarem o local e que seus patrões as constrangiam com frequência, informando que o banho era exclusividade deles.
Outro lado
O fazendeiro José Wilson Rufino Leal não foi localizado pelo GP1.
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