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Teresina - Piauí

Climatologista explica fenômenos que provocam temporal em Teresina

A previsão é que 20 mm de chuva possam cair sobre a Capital nas próximas 24 horas.

As fortes chuvas que caíram na tarde e seguiram até a noite dessa quarta-feira (05), em Teresina, podem voltar a causar transtornos na Capital. O temporal que alagou ruas, arrastou veículos e deixou pedestres ilhados pode ser registrado com menor intensidade nas próximas horas na Capital. A previsão é que 20 mm de chuva possam cair sobre a Capital nas próximas 24 horas.

Ao GP1 nesta quinta-feira (06), o professor de Geografia da Universidade Estadual do Piauí, Werton Costa, explicou que as chuvas entre os meses de janeiro e abril fazem parte do calendário meteorológico do estado. Porém, fatores diversos podem ter desregulado a atividade climática, provocando problemas na principal cidade do Piauí.


“Essas chuvas já estavam previstas. Os boletins meteorológicos editados pelo Instituto Nacional de Meteorologia já apontavam a intensificação do período chuvoso no Nordeste. A própria meteorologia estadual já havia apontado para essa questão. Essas chuvas foram resultado de quê? Primeiro que nós temos uma entrada de umidade do Oceano Atlântico para o Nordeste. Essa umidade é trazida por um sistema atmosférico, por uma corrente de ar chamada de Zona de Convergência Intertropical”, disse o professor.

Sistema atmosférico em operação

De acordo com o professor, os 74 mm de chuva que caíram sobre a Capital em pouco mais de 2h são resultados da combinação de dois sistemas atmosféricos: a Zona de Convergência Intertropical e o Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN). O resultado da atuação conjunta dos dois sistemas é a concentração de umidade em pontos isolados, gerando precipitação.

“Vez por outra essa chuva vai ser mais concentrada em alguns pontos, como está acontecendo. O que chama a atenção dos piauienses é que a chuva se concentra em algumas cidades e outras não. E isso acontece porque a estação chuvosa está irregular. Desde o começo do ano ela se comporta de maneira irregular. O oceano Pacífico, que influencia também nas nossas chuvas, está na condição neutra. Não está nem quente e nem frio. E a neutralidade provoca essa irregularidade”, destacou.

Alerta amarelo

Werton Costa explicou que o Piauí segue em estado de alerta. Para o professor em climatologia, a condição opera em ritmo de normalidade, mas relembrou o apoio da Defesa Civil no monitoramento de áreas de risco e prevenção de acidentes. A população também deve permanecer atenta.

“Então, é fundamental que a sociedade sempre acompanhe a política de monitoramento e existe inclusive a Defesa Civil, que disponibiliza um SMS que a pessoa pode ter no celular o alerta. As pessoas podem buscar junto à Defesa Civil do estado o SMS do INMET e as pessoas podem compreender a sistemática de alerta e a estação chuvosa prossegue com essa característica de irregularidade”, ressaltou o professor.

Situação nos próximos dias

O GP1 procurou a meteorologista Sônia Feitosa, da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMAR), que explicou sobre as probabilidades para os próximos dias. De acordo com ela, as regiões que entram na rota dos próximos temporais estão localizados no extremo-sul, centro-norte e semiárido piauiense.

“Existe um alerta ainda que inclui Teresina. Mas analisando os pormenores não entende-se que em Teresina vá acontecer um novo temporal como o de ontem. A maior tendência é de que vá chover para o sul do estado. Vai chover a tarde e à noite, mas está inserido no alerta que pode acontecer, mas esse alerta a gente analisa as condições mais propícias. E as condições mais propícias estão na região do semiárido e no extremo-sul, parte do centro-norte também entra”, finalizou a meteorologista.

Resultados da última chuva

A reportagem do GP1 se deslocou até a Avenida Presidente Kennedy, local onde fica costumeiramente alagado quando ocorre uma chuva na Capital. Nos dois sentidos da via o tráfego ficou lento. No sentido Balão do São Cristóvão-Zoobotânico, os veículos pequenos utilizaram somente uma faixa da via. No sentido contrário, o congestionamento se iniciou do Extra até o balão do São Cristóvão.

As avenidas Pedro Almeida, no bairro São Cristóvão e a Jóquei, por exemplo, ficaram totalmente alagadas. Nas proximidades da Avenida João XXIII, um veículo quase foi arrastado após passar em uma rua alagada. Além disso, uma auxiliar administrativa identificada como Sônia Dias ficou presa dentro de seu veículo que acabou boiando em uma rua alagada no bairro São Cristóvão, na zona leste de Teresina.

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