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Teresina - Piauí

Empresa Dois Irmãos declara falência e 160 funcionários podem ficar desempregados

O secretário do Sintetro, Francisco das Chagas, informou que a empresa havia iniciado um processo de recuperação judicial em 2017 em função do déficit orçamentário. Com a pandemia, a situação

A empresa Dois Irmãos entrou com o pedido de decretação de falência na Justiça no mês de agosto deste ano e o Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro-PI) prevê que cerca de 160 trabalhadores fiquem desempregados nos próximos dias.

Em entrevista ao GP1 na tarde desta quarta-feira (25), o secretário de Previdência Social do Sintetro, Francisco das Chagas, informou que a empresa havia iniciado um processo de recuperação judicial no ano de 2017 em função do déficit orçamentário e a dificuldade de honrar com os compromissos. No entanto, em meio a pandemia do novo coronavírus, a situação piorou e a empresa resolveu pedir decretação de falência.


  • Foto: Lucas Dias/GP1Francisco das Chagas, SintetroFrancisco das Chagas, Sintetro

“Em 2017, a Dois Irmãos entrou com um pedido de recuperação judicial e agora pediu falência dentro desse processo, alegando incapacidade de cumprir o acordo que foi feito na recuperação judicial. Então, pediu para que o juiz decretasse a falência. Pelos argumentos que a empresa apresentou não tem jeito de o juiz não deixar de aceitar. Ela alega a questão da pandemia, da greve e que diante da situação houve uma diminuição de mais de 90% da arrecadação e que já vinha em decadência. A empresa está com um déficit diário de quase 60%, está pagando para poder funcionar e, diante da situação, se acha incapacitada de continuar as atividades”, ressaltou.

Francisco das Chagas afirmou que, atualmente, a empresa tem cerca de 160 funcionários que poderão ficar prejudicados com o fim das atividades da Dois Irmãos, a maior parte, na cidade de Timon, no estado do Maranhão, mas também em Teresina, onde possui outras linhas.

“Nós temos uma média de 160 trabalhadores que estão sendo atingidos diretamente, porque a empresa tinha quase 700 funcionários, mas com a redução de lá para cá, muitos fizeram acordo, mas a dívida não foi quitada. A gente buscou fazer uma cooperativa dentro da empresa para que ela funcionasse, pegando a garagem e os ônibus como garantia de parte dos direitos trabalhistas e os trabalhadores passassem a ser cooperados, mas isso não foi adiante”, pontuou.

Ofício ao prefeito Luciano Leitoa

“Eu já fui até a Prefeitura de Timon, protocolei um ofício em nome do sindicato para conversar com o prefeito e tentar buscar outra empresa ou ver o que a Prefeitura de Timon possa estar fazendo com o sistema, uma vez que o transporte público é essencial e o município é responsável pelos transportes. A gente quer ver o que o poder público pode fazer para atender a demanda da sociedade, a população não pode ficar sem transporte público. Então pedimos essa audiência com o prefeito Luciano Leitoa e ainda não obtivemos resposta”, ponderou o sindicalistas.

Recuperação judicial

No pedido de recuperação judicial, a Dois Irmãos alegou que teve uma queda no lucro bruto de 85% entre 2014 e 2016. “Apesar de haver aumento na tarifa, aplicado progressivamente, nos últimos exercícios, observa-se o desenvolvimento de uma conjuntura desfavorável [...], onde os diversos indicadores financeiros demonstram cabalmente a dificuldade econômico-financeira atravessada pela empresa requerente”, consta na petição.

Em um comunicado publicado em seu site oficial, a empresa informou que o processo está em segredo de justiça. “A responsabilidade de honrar os compromissos assumidos é o nosso mote, no entanto, solicitamos a vossa compreensão no que toca ao momento vivido pela empresa, bem como convocamos a sua participação direta nas negociações de modo que seja possível restabelecer o equilíbrio da nossa relação e assim fortalecermos uma relação de estima e respeito cultivada durante anos”, diz a nota.

Nos autos do processo foram anexadas duas relações de credores, que especificam as dívidas da empresa.

O que diz a empresa

Na tarde desta quarta (25) o GP1 entrou em contato por telefone com o diretor da Dois Irmãos, Marcelino Lopes, que não atendeu às ligações.

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