Nesta quinta-feira, dia 1° de outubro, é comemorado o Dia do Idoso. A data marca o dia em que a Lei N° 10.741, o Estatuto do Idoso, entrou em vigor no país. Conforme a legislação, são considerados idosos as pessoas com 60 anos ou mais.
Embora seja um fenômeno biológico natural em todos os seres vivos, é perceptível como envelhecer com saúde tem se tornado o foco de grande parte da população nos últimos anos. Diante disso, somaram-se aos cuidados médicos preventivos, a prática de atividade física, alimentação saudável e convívio social com outras faixas etárias.
- Foto: Divulgação/AscomOs idosos caíram na dança durante o Carnaval
Com a chegada da pandemia da covid-19, idosos de todos os lugares do mundo se viram afastados do convívio com amigos, familiares e até mesmo de situações cotidianas tão comuns, como a ida a igrejas e shopping centers. Com o isolamento social, essa parcela da sociedade passou a precisar ainda mais de cuidados.
A fim de minimizar os efeitos físicos e mentais causados pela onda da covid-19, o GP1 conversou com o educador físico Demóstenes Ribeiro, que é pós-graduado em Gerontologia e destacou a importância de atividades físicas para a saúde dos idosos.
- Foto: Arquivo PessoalDemóstenes Ribeiro fazendo acompanhamento de idosa em academia
Força muscular
Demóstenes destacou que os idosos precisam fortalecer os músculos, principalmente os músculos inferiores. “É importante que sempre que você vai fazer um programa de atividade física para o idoso, que esse programa dê ênfase à qualidade física que o idoso mais precisa, que é a força muscular”, afirmou.
“A força muscular é a qualidade física básica para que a partir dali ele possa desempenhar com mais desenvoltura as atividades do seu dia-a-dia. O idoso se torna muito mais funcional se tem um bom padrão de força muscular, sobretudo em membros inferiores”, continuou o preparador físico.
O educador físico disse ainda que está ultrapassada a ideia de que idosos precisam fazer apenas atividades leves como caminhadas e hidroginástica. O que vai ajudar nas tarefas diárias do idoso será justamente a força física dos braços e pernas.
“Aquela concepção de que idoso precisa fazer só hidroginástica, caminhada, atividades leves, já é antiga. Idoso tem que treinar força muscular, porque o que vai fazer com que ele tenha mais autonomia é a força muscular”, seguiu.
- Foto: Alef Leão/GP1Idosos do bairro Piçarreira
Riscos cardiovasculares
Ainda de acordo com Demóstenes o risco de estresse para o coração do idoso é bem menor em atividades de musculação do que em atividades continuadas como a caminhada, por exemplo.
“Até mesmo do ponto de vista do risco cardiovascular, porque à medida que você vai ficando mais velho, você vai ficando mais propenso à hipertensão, é muito mais seguro o idoso fazer uma musculação do que o idoso fazer uma hidroginástica ou uma caminhada. O estresse para o coração é menor na musculação”, declarou.
Acompanhamento profissional
Demóstenes destacou ainda que o ideal seria que o idoso tivesse acompanhamento profissional para poder praticar atividades físicas, mas ressaltou que idosos que não têm condições de ter um educador físico, podem se manter ativos dentro de casa.
“Seria o ideal que tivesse orientação de um profissional de educação física, que fosse em uma academia direcionada para essa faixa etária, que fizesse uma avaliação médica antes de ingressar nesse programa de atividade física, mas a grande maioria das pessoas não tem essa condição. Se você diz que tem que ter o acompanhamento de um profissional, você pode correr o risco de estar estimulando o sedentarismo”, disse.
Exercícios em casa
Para os idosos que querem se manter ativos dentro de casa, Demóstenes ensinou uma maneira prática de fazer musculação nos membros inferiores. A dica é que o idoso sente e levante de uma cadeira, fazendo três séries de 15 repetições, com intervalo de 1 minuto para descanso.
“Falo muito do senta levanta, que é um exercício que você trabalha membros inferiores. Se o idoso tem força nas pernas, ele vai poder sair de casa, poder ir ver os netos, ir nas igrejas. É uma forma de fazer musculação em casa mesmo”, continuou Demóstenes.
Além do exercício para sentar e levantar, Demóstenes informou ainda que o idoso pode utilizar pacotes de alimentos como sobrecarga para os exercícios. “Ele pode utilizar como sobrecarga as coisas que tem em casa, como um quilo de feijão, de arroz. Ele pode utilizar aquele peso como se fosse uma sobrecarga, mas para isso precisaria mais de uma orientação. E o senta levanta não tem como errar”, finalizou.
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