Um estudante de Direito está sendo acusado do crime de estelionato contra um professor da Universidade Federal do Piauí e da Universidade Estadual do Piauí. Os investigadores do 11º Distrito Policial estiveram na residência do homem de iniciais E. J. A. B, de 33 anos, na manhã desta sexta-feira (27), no bairro Campestre, dando cumprimento a um mandado de busca e apreensão, que resultou com vários cartões de crédito, contracheque falso, comprovante de endereço e outros documentos falsos em nome da vítima apreendidos. O suspeito é irmão de um policial militar.
De acordo com o delegado Luiz Guilherme, titular do 11º DP, a vítima procurou a delegacia em julho deste ano, dando conta que várias administradoras de cartões de créditos estavam realizando cobranças que ele não as reconhecia, a grande maioria em restaurantes e bares de luxo da zona leste de Teresina.
- Foto: Alef Leão/GP1Cartões de crédito apreendidos em poder do acusado
“A vítima chegou no distrito, informando que estava sendo demandada pelo Banco Santander e por algumas administradoras de cartões de crédito, pois seu nome estava sendo utilizado para fazer esses cartões que estavam sendo usados na praça, tais como bares, shoppings e boates”, pontuou o delegado.
- Foto: Alef Leão/GP1Delegado Luiz Guilherme
Durante as investigações, foi possível identificar que o estudante utilizou seu próprio endereço residencial para receber os cartões que fez em nome do professor e, assim, não levantar suspeitas. “O suposto estelionatário fez o cartão de crédito no nome da vítima, no entanto, colocou o endereço para poder receber as faturas na casa dele. Então nós representamos pela busca e apreensão no local e encontramos então um vasto material comprobatório do ilícito, de que fato ele estava cometendo o crime do art. 307 e também do art. 171”, acrescentou.
Acusado foi ao 11º DP registrar B.O
Durante as buscas no quarto do acusado, os policiais encontraram no Boletim de Ocorrência registrado por ele, em nome da vítima, informando que havia perdido vários documentos, a fim de concretizar o crime que seria cometido posteriormente.
“Quando nós demos o cumprimento do mandado de busca e apreensão, o investigado se mostrou relutante, informando que não tinha nada. Então verificamos, inclusive, que ele veio no 11º DP fazer um Boletim de Ocorrência em nome da vítima, dizendo que perdeu CNH, CPF, RG e cartões bancários. Para se ver a audácia, ele chegou a falsificar um carimbo em nome de uma pessoa para poder se passar por funcionário da Justiça Federal”, completou.
- Foto: Alef Leão/GP1Carimbo, além de um distintivo da Justiça Federal foram apreendidos pela Polícia Civil
A investigação do delegado Luiz Guilherme concluiu que o acusado se utilizou da função de preposto da Azul Linhas Aéreas, contra a qual o professor entrou com uma ação no Procon, ocasião em que o acusado teve acesso aos documentos da vítima. “Ele não trabalha mais para a Azul e ficou por lá durante três anos como preposto”, finalizou.
A partir de agora o delegado Luiz Guilherme vai dar continuidade ao inquérito e ao final indiciá-lo pelos crimes previstos nos artigos 307 e 171 do Código Penal, “atribuir-se ou atribuir a terceiro, falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem” e “obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”, respectivamente.
O irmão do policial militar foi conduzido até o 11º DP, onde foi ouvido na presença do advogado, no entanto, como não houve condição de flagrante na utilização dos cartões em nome da vítima nas últimas 24 horas, ele acabou sendo liberado e vai responder o processo em liberdade.
Lista de supostos empresários alvos do acusado
Os policiais encontraram ainda um caderno com nomes e dados pessoais de seis empresários conhecidos na Capital, inclusive, com o score bancário de cada um deles. Esse material também será alvo de investigação da Polícia Civil.
- Foto: Alef Leão/GP1Acusado tinha dados de vários empresários
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