Davi Fernandes
O juiz de direito Jorge Cley Martins Vieira, da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina, converteu para preventiva nesta quarta-feira (05), a prisão de Francisco das Chagas Pinheiro dos Santos, acusado de assassinar sua esposa a facadas no bairro Socopo, na zona leste de Teresina.
Na decisão o magistrado considerou que o crime realizado pelo acusado não deu oportunidade de defesa para a vítima, devido ao número de facadas que sofreu.
“(...)a gravidade concreta da ação, notadamente pelas quantidades de facadas desferidas contra a vítima, mesmo após cair no chão, existindo relatos do próprio autuado que a mesma sequer conseguiu defender-se, tendo esta pedido em vão para que o autuado cessasse a agressão”, considerou.
Ainda conforme o juiz Jorge Cley, o acusado relatou que antes do crime realizou o consumo de bebidas alcoólicas e que teria realizado o crime por suspeitar que sua esposa tivesse o traído.
“Deve-se ainda descatar que o próprio autuado relata que antes do crime já chegou em casa vindo de um bar, onde consumia bebidas alcoólicas, entendendo por bem em ceifar a vida da vítima por supor que estava sendo traído, revelando toda o seu machisco e sentimento de posse, numa cultura barbárie e ignóbil”, ressaltou.
- Foto: Divulgação
Francisco das Chagas é acusado de matar Marlúcia Santos
O crime
Uma mulher identificada como Marlúcia Jacobe dos Santos, 43 anos, foi assassinada com várias facadas, no início da tarde desta terça-feira (04), no bairro Socopo, zona leste de Teresina. O suspeito é o próprio marido, Francisco das Chagas Pinheiro dos Santos, mais conhecido como Chico Tampinha, de 51 anos. O casal tem três filhos.
Conforme o delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Robert Lavor, o acusado chegou na residência por volta de 12h. “A equipe ao chegar ao local se deparou com a vítima e alguns familiares. Dentro do terreno são três casas de três irmãos e a primeira casa era a da vítima. As informações são que o esposo chegou por volta de 12h, ocorreu uma discussão, tinha um bebê dentro da casa, ainda não sabemos ao certo o que ocorreu e em seguida ele desferiu os golpes de arma branca na vítima. Encontramos o corpo da vítima na sala e o perito está realizando o levantamento e verificando quantas facadas a vítima sofreu e outra parte da perícia vai investigar elementos no local que podem ajudar na investigação”, informou o delegado.
Relato dos vizinhos
Uma vizinha do casal relatou que o acusado era depressivo e ciumento. Ela conta que era comum haver briga entre os dois. "Um dia ele estava alegre, no outro triste, era depressivo. Mas, ele era bom, um bom pai, ela uma boa mãe. Ele era muito ciumento, mas depois não ouvimos mais nada. Eles eram assim, brigavam, mas depois estavam bem", declarou", afirmou a mulher.
Outra vizinha identificada como Ana Lúcia afirmou que quando chegou à casa já encontrou Marlúcia morta. "Quando cheguei ela já estava morta, foi uma filha dela que me chamou. Não sabia como era a convivência dos dois, mas ela era uma pessoa que todo mundo da comunidade conhecia e gostava dela, ele também. Não encontramos mais ele, só ela morta".
Marlúcia trabalhava como garçonete na pizzaria Ice Cream, localizada na Avenida Presidente Kennedy e Chico é vigia na Funaci (Fundação Padre Antônio Dante Civiero). Uma irmã da vítima relatou que Marlúcia já havia conversado com o marido que queria a separação.
A DHPP vai ficar responsável pela investigação do caso.
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