O bispo diocesano de Picos, dom Plínio José Luz da Silva, cobrou neste domingo, 9, uma decisão do Ministério Público Estadual sobre a paralisação das obras de reforma da Catedral Nossa Senhora dos Remédios. A troca do piso foi interrompida em 24 de abril após uma recomendação da promotora de justiça, Karine Araruna Xavier.
Segundo dom Plínio, por enquanto a Diocese de Picos não tem uma solução, pois, o caso está com o Ministério Público e estão aguardando uma decisão do órgão ministerial.
“Tudo o que foi necessário fazer nós já fizemos! E tem mais, a nossa intenção era cuidar, mas, infelizmente nós fomos interpretados como destruidores, como aqueles que vão derrubar, acabar, quando a nossa missão era cuidar. Era a nossa intenção e a gente continua, porém, agora como caiu na decisão do Ministério Público não vamos fazer nada, nada” – afirma dom Plínio.
Agora, de acordo com o bispo de Picos, é com o Ministério Público que deve se manifestar. “No momento em que se manifestar, nós vamos continuar ou parar de uma vez! Na verdade, a comunidade tem uma perda enorme, pois a gente sabe que não é um sentimento de todos” – pontua.
Dom Plínio ressalta que quando interpretaram que estava com a intenção de destruir o patrimônio, isso não condiz com a verdade, pois está aqui é com a finalidade de unir cada vez mais, de criar, pois esse é o objetivo, a finalidade da Igreja. Para o bispo de Picos, se os interpretaram mal, ele entende que essa interpretação não seja verdadeira, pois servem a Jesus Cristo e têm suas convicções.
“Agora, não podemos é meter a cara e fazer o serviço, já que somos submissos à lei civil do nosso país. Nós respeitamos, agora esperamos que o Ministério Público reconheça que precisa agir, não pode só parar uma coisa e deixar aí parado” – questiona dom Plínio.
Sobre o assunto, o bispo diocesano de Picos foi mais além: “O Ministério Público tem as suas atividades, mas, nós também temos as nossas. É preciso uma decisão. Não quero bater de frente com o Ministério Público, mas, se chegaram a fazer tão rápido uma coisa de parar, por que agora bota uma pedra em cima? Certamente têm atividades como nós temos as nossas atividades, que inclui dá satisfação ao povo. Esperamos que isso aconteça o mais breve possível” – enfatiza.
Por ocasião da missa de 9 horas da manhã de ontem, 9, dom Plínio comentou o assunto por duas vezes durante a homilia. Nas preces, uma empresária também abordou o tema, que voltou a ser pauta na fala de agradecimento do Padre Marcos Roberto, Coordenador da 14ª Caminhada da Solidariedade e da Paz.
Entenda o caso
A troca do piso da Catedral teve início em 22 de abril e foi paralisada dois dias depois por recomendação do Ministério Público Estadual. A promotora de justiça Karine Araruna Xavier utilizou-se da Lei Municipal Nº 2866/2017 para solicitar o embargo da obra dentro de um prazo de 24 horas e, foi atendida pelo bispo Dom Plínio José.
Desde o dia 24 de abril que as obras estão paralisadas e, segundo dom Plínio José, o problema pode durar a vida inteira. Enquanto isso, diferente das pessoas que não andam na igreja e usam as redes sociais para criticar o projeto, os fiéis que frequentam a Catedral estão sofrendo com a poeira e cobram uma solução urgente para o impasse.
Lei de Tombamento
De autoria do vereador Francisco das Chagas de Sousa, o Chaguinha (PTB), a Lei Municipal Nº 2866/2017 em que se baseou o Ministério Público Estadual para recomendar o embargo da obra de troca do piso da Igreja Catedral, não tem efeito sobre o projeto idealizado pela Paróquia Nossa Senhora dos Remédios.
Em seu artigo 2º a lei destaca: “A partir desta data, as edificações não poderão sofrer alterações arquitetônicas nas áreas externas. Qualquer modificação interna deverá manter a originalidade da fachada”. A reforma da Catedral não inclui mudança na fachada do prédio, mas apenas a troca do piso interno.
Ver todos os comentários | 0 |