PM acusado de matar Samuel Borges é suspeito de mais três mortes

O policial militar do Maranhão, Francisco Ribeiro dos Santos Filho foi indiciado por mais três assassinatos, além da morte do PM-PI, Samuel Borges. Os outros homicídios ocorreram no ano passado, todos em Teresina.

Nesta segunda-feira (27), o PM passou por uma audiência de instrução e julgamento pela morte de Samuel Borges, que foi adiada, após a defesa do acusado requerer a realização de diligências. O cabo foi assassinado na frente do filho de 9 anos, no dia 01 de fevereiro deste ano.

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Em entrevista ao GP1, o coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Barêtta, informou que os três assassinatos que Francisco Ribeiro é acusado, ocorreram nos dias 16 de agosto e 6 de dezembro, sendo todos no bairro Pedra Mole, zona leste da Capital.

• Foto: Marcelo Cardoso/GP1Delegado Barêtta

“No dia 16 de agosto, às 16h na Avenida Doutor de Josué de Moura Santos, próximo da Vip Leilões no bairro Pedra Mole, um homem de 30 anos identificado como Felipe da Silva Araújo, foi morto a tiros, a vítima já tinha passagens na polícia por roubos e furtos. Já no dia 6 de dezembro do ano passado, por volta das 19h, também no bairro Pedra Mole, foram assassinados a tiros de arma de fogo duas pessoas, sendo identificadas como Pedro Henrique de Sousa Florêncio, 20 anos e Diego Armando Alves do Nascimento de 16 anos. As investigações prosseguiam sob a direção do delegado Robert Lavor e houve o assassinato do cabo Samuel, nós tínhamos as informações de que um indivíduo com as mesmas características do soldado Francisco Ribeiro e a moto utilizada nos dois assassinatos é a mesma utilizada no dia da morte do cabo Samuel”, informou o delegado.

Ainda segundo o delegado Barêtta, testemunhas foram ouvidas pelo delegado Robert Lavor, e os relatos informavam que o PM do Maranhão chegou próximo da vítima e já disparou contra o cabo Samuel Borges. Referente aos outros casos em que o acusado é apontado como autor, a equipe realizou um exame para comparar as balas disparadas pela arma de Francisco nos casos e com isso foi constatado que a mesma arma foi utilizada para executar os quatro homicídios.

• Foto: Marcelo Cardoso/GP1Delegado Barêtta

“O delegado Robert Lavor ouviu testemunhas e inclusive disseram que ele [acusado] encostou na vítima, sacou a arma e atirou. Nos outros casos que ocorreram aqui em Teresina, o acusado seguiu as vítimas e matou. Com essas pistas, foi solicitado um exame de microcomparação balística, da arma do acusado, uma pistola ponto 40, com isso foram retirados os projéteis dos corpos das vítimas e encontram alguns estojos no local e no final a perícia constatou que a arma que matou o cabo Samuel, também matou outras três pessoas”, finalizou.

Acusado nega autoria de um assassinato

O delegado Bareta, informou que o acusado foi intimado e encaminhado para a Penitenciária José Arimateia Barbosa Leite, em Campo Maior. No presídio, Francisco Ribeiro negou ter assassinado Felipe da Silva. Já no caso das duas vítimas no dia 6 de dezembro, o acusado alegou legitima defesa, pois teriam tentado roubar sua motocicleta, mas a investigação da DHPP negou a versão

“O delegado intimou ele, ouve o acusado no presídio e lá nega a autoria da morte do Felipe, mas assume dos outros dois. No caso do Felipe, o acusado negou porque a arma dele na ocasião tinha sido roubada da casa dele, porém ele conseguiu a arma novamente em uma boca de fumo e o delegado questionou o acusado sobre algum registro ou inquérito policial desse roubo e ele não tinha nada, sendo que é uma arma do governo do estado do Maranhão, de uso restrito da Polícia Militar. Nas mortes dos dois rapazes na Pedra Mole, Francisco alega que matou em legítima defesa porque as duas vítimas teriam tentado roubar a moto dele, mas as investigações não apontaram isso, as famílias das vítimas informaram que os dois rapazes saíram em uma moto emprestada do tio deles para irem até um certo local colocar crédito no celular e as vítimas estavam com o celular”, esclareceu.

Possível matador de aluguel

Conforme o delegado Bareta, a investigação do DHPP investiga a possibilidade do acusado ter realizado os assassinatos a mando de alguém que tenha o contratado para matar pessoas.

“O que nós estamos investigando é alguns crimes na zona norte de Teresina e estamos com suspeitas de indivíduos com a prática de serem justiceiros, nós já recomendamos que fosse feita uma cópia dos inquéritos e que fosse enviado para a Corregedoria Geral do sistema de Segurança do estado do Maranhão. Nos casos o acusado será indiciado por homicídio e homicídio qualificado, sendo por motivo fútil sem chances de defesa. Sobre ele ter agido a mando de alguém, ele poderia estar sendo contratado por pessoas naquela região para realmente eliminar pessoas”, finalizou o delegado.

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