José Maria Barros
Demitido pelo prefeito de Picos, Padre José Walmir de Lima (PT), em outubro de 2016, o gari Salvador Oliveira da Silva, 48 anos, passa por sérias necessidades em Picos. Doente, ele apela para ter o emprego de volta a fim de que possa sustentar sua família. Separado, ele é pai de cinco filhos e sem condições financeiras mora com a mãe.
Em depoimento ao GP1, Salvador da Silva contou que começou a trabalhar como gari na Prefeitura de Picos na primeira gestão do então prefeito Abel de Barros Araújo, no ano de 1993. No começo trabalhava em um caminhão recolhendo lixo, mas nos últimos anos esse serviço era feito em um coletor.
- Foto: José Maria Barros/GP1
Salvador apela ao prefeito Padre Walmir por seu emprego
Salvador conta que durante 33 anos trabalhou como gari na Prefeitura de Picos e passou por várias gestões sem nunca ser incomodado. Porém, em 2016, no mês da eleição, foi demitido pelo Padre Walmir sem nenhum direito. Desde então está desempregado e agora doente, enfrenta sérias necessidades, tendo que viver na casa da sua mãe localizada no bairro Boa Vista.
Ele diz que não sabe o motivo pelo qual foi demitido do serviço sem direito a nada. Lembra apenas que o então secretário municipal de Serviços Públicos disse que ele poderia ir embora e procurar os seus direitos. “Fui até a Prefeitura, conversei com uma pessoa lá, mas não resolvi nada”- pontua.
Como não recebeu nenhum direito trabalhista, Salvador procurou um advogado e ingressou com uma ação na justiça. A audiência está marcada para o dia 25 deste mês.
Enquanto a justiça não resolve o impasse, Salvador faz um apelo ao prefeito Padre Walmir para que devolva o seu emprego. “Estou passando necessidades, desde esse tempo que estou desempregado e agora doente. Já procurei um serviço, mas nunca arrumei. Quero meu emprego de volta, pois sou pai de família” – apelou Salvador.
Outro lado
O coordenador da Secretaria de Serviços Públicos, Marion Pereira, afirmou em entrevista ao GP1, que o gari não trabalhou durante 33 anos para a prefeitura. “Ele nasceu em 1978 e saiu daqui em 2016, para ele ter trabalhado 33 anos ele teria de ter que começado a trabalhar com cinco anos. Pelo registro ele foi admitido em 2002, até 2016 dá 14 anos”, disse.
Marion ainda relatou que o gari foi demitido porque faltava constantemente. “Ele estava prejudicando a coleta e estava prejudicando os colegas de trabalho, porque o trabalho que era para três fazerem, dois garis estavam fazendo”, concluiu.
A assessoria de imprensa do prefeito de Picos, Padre José Walmir de Lima, informou que o gari não recebeu direitos trabalhistas pois não era um servidor efetivo.
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