A juíza Patrícia Luz Cavalcante, respondendo pela 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri, determinou que o ex-capitão da Polícia Militar do Piauí, Allisson Wattson, seja transferido para uma cela especial na Penitenciária Irmão Guido, em Teresina. A decisão foi dada na sexta-feira (22).
No dia 13 de março, o juiz Robledo Moraes Peres de Almeida revogou o despacho que determinou que o ex-capitão ficasse preso no presídio de Campo Maior depois que a defesa de Allisson entrou com pedido requerendo prisão especial que pode ocorrer em quarteis, unidades prisionais destinadas à prisão especial ou em estabelecimento prisional comum desde que em cela separada e que atenda aos requisitos de salubridade do ambiente com aeração, insolação e temperaturas adequadas à existência humana.
- Foto: Instagram/Allisson WattsonAllisson Wattson
Na mesma decisão, o magistrado determinou envio de ofício à Secretaria de Justiça requerendo informações sobre a existência de estabelecimento prisional que atenda aos requisitos legais.
Na decisão de sexta-feira, a magistrada destacou que o despacho anterior determinou a transferência do acusado para presídio comum, presídio de Campo Maior, localizado em circunscrição diversa, “o que, prima facie, em meu sentir, poderia dificultar o contato da família e demais direitos do acusado”.
Expulsão
No dia 4 de fevereiro, o Pleno do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ-PI) decidiu, por unanimidade, pela expulsão de Allisson Wattson dos quadros da Polícia Militar. A Corregedoria da Polícia Militar já havia decidido pela expulsão dele e três meses depois o governador Wellington Dias (PT) confirmou a decisão, mas cabia ao TJ julgar o pedido.
Os mandados com as notificações sobre a decisão do TJ foram encaminhados, na tarde do dia 1° de março à Procuradoria Geral do Estado e ao comandante da PM, coronel Lindomar Castilho. No dia 08 de março, Dia da Mulher, a governadora em exercício Regina Sousa assinou a expulsão de Allisson Wattson.
O advogado de defesa, Pitágoras Veloso afirmou que houve abuso de autoridade na decisão da então governadora Regina Sousa. “Totalmente sem sentido essa decisão da governadora, houve abuso de autoridade, haja vista o processo está em trâmite, motivo pelo qual nenhuma decisão dessa pode ser determinada, salvo quando transitar em julgado o processo, que ninguém tem ideia quando isso ocorrerá, pois está em fase de recursos com efeitos suspensivos, somente após decididos todos os recursos que entrará na fase de julgamento, para posterior trânsito em julgado”, disse.
O crime
A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro de 2017. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e então capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, ele ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro da jovem.
- Foto: Facebook/Camilla AbreuCamilla Abreu
A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. No dia 31 de outubro, a Polícia Civil confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante. Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu. No laudo cadavérico, foi concluído que a jovem foi arrastada antes de morrer.
O então capitão virou réu na Justiça depois que a juíza de direito Maria Zilmar Coutinho Leal, da 2º Vara do Tribunal do Júri, recebeu denúncia do Ministério Público. Em abril de 2018, a juíza pronunciou o Allisson Wattson para ir a julgamento pelo Júri Popular.
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