Na manhã deste sábado (21), por volta de 8h, várias mulheres se reuniram na frente da igreja São Benedito, no Centro da Capital, para protestar a contra os casos de violência contra as mulheres que ocorreram neste ano de 2019 e pedir uma resposta da Justiça em relação a estes crimes. Durante o ato ocorreu a encenação “Estuprador no teu caminho”, com intuito de alertar e denunciar casos de feminicídio.
Tércia Maria, uma das organizadoras da manifestação, explicou que as mulheres decidiram se inspirar em um protesto realizado no Chile chamado de “Um estuprador em seu caminho”, que alerta sobre as denúncias de estupros e mortes de mulheres. Esse tipo de ato tem se espalhado pelo mundo, onde as mulheres se unem e executam uma coreografia chamada “O estuprador é você”.
Tércia Maria explicou que o objetivo da ação é mostrar que as mulheres estão unidas e que querem mais respeito por parte dos homens. “Esse ato começou no Chile, então queremos que todo o mundo, não só o Brasil ou o Chile, mas que todo mundo possa entender que as mulheres precisam ser respeitadas. Não estamos pedindo favor a ninguém não, estamos exigindo. Exigimos respeito. Chegou a nossa hora, as mulheres acordaram. Nessa luta precisamos estar juntas”, afirmou.
Ela ainda destacou que não se pode aceitar a grande quantidade de mulheres que são mortas pelos seus companheiros. “Então, que nos vejam agora como um enxame de abelhas. A abelha está quietinha, mas quando mexe com uma, todas se espalham e trabalham em coletividade. As mulheres estão sendo mortas como água. Não é de hoje que é assim não. Homens vocês nascem do nosso útero e como é que nos matam? Nenhuma mãe vai querer ver o filho matando a esposa ou a namorada. Nós lutamos a favor da vida e contra o feminicídio”, destacou Tércia.
A delegada Anamelka Cadena, subsecretária da Segurança, também participou do ato e afirmou que é sempre importante apoiar causas que alertam sobre esse tipo de crime. “Na realidade sou apoiadora de todas as ações que são para mobilizar a população, para sensibilizar nessas questões relacionadas a mulher, principalmente o feminicídio. Então é importante sacudir, impactar e o movimento social tem esse condão. Então temos que apoiar todo ato vem a repercutir positivamente, que tem essa construção coletiva de que a pessoa tem que denunciar, que não se pode tolerar esse tipo de prática, que a gente vai fazer essa mudança social e fazer a desconstrução de antigos valores”, finalizou.
* Colaboração da repórter Carolina Dias
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