O Ministério Público se manifestou contrário ao pedido de habeas corpus feito pela defesa do empresário Flábio Silva de Sousa preso em flagrante após briga de transito no estacionamento da Newland da Avenida Raul Lopes, no dia 24 de fevereiro.
O empresário teve a prisão preventiva decretada acusado de tentativa de homicídio contra Diógenes Cassimiro do Nascimento Sobrinho. No pedido de habeas corpus impetrado junto ao Tribunal de Justiça o empresário alega que antes de agir foi vítima de agressão, assim como a sua esposa.
O habeas corpus pede o arbitramento de fiança “como medida de segurança de juízo e submissão aos termos impostos para a concessão de liberdade provisória”.
No parecer juntado aos autos as 11h22min de ontem (12), o procurador Luiz Francisco Ribeiro argumenta que o crime atribuído ao empresário é grave, e que sua ação não só poderia ter tirado a vida da vítima como também colocou em extremo perigo a de inúmeras pessoas que se encontravam no local. “Assim, somando-se as circunstancias delineadas com o histórico do paciente, condenado por outro delito de homicídio, impossível não perceber o sério risco que apresenta a sociedade”.
“Sua acentuada periculosidade, verificada concretamente com base nas circunstancias destacadas, conduz a necessária medida constritiva a fim de prevenir a reprodução dos fatos criminosos e de acautelar o meio social, fato este bem usado pelo magistrado a quo ao fundamentar a decisão”, destaca o parecer.
O procurador finaliza afirmando que, pelo que consta nos autos, não se sustentam juridicamente os argumentos da defesa do empresário de modo a assegurar o êxito do que pleiteia. O Habeas Corpus tramita na 2ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça. A desembargadora Eulália Maria Pinheiro é a relatora do feito.
Relembre o caso
Uma briga de trânsito no estacionamento da Newland da Avenida Raul Lopes, no dia 24 de fevereiro, por volta das 09h, acabou deixando uma pessoa baleada. O empresário Flábio Silva foi conduzido em flagrante por ter feito os disparos.
O filho do proprietário da 'Raízes Amargas', que preferiu não ser identificado, relatou como iniciou a briga. “Meu pai estacionou o carro na Newland, e o rapaz [do Fiesta] chegou e estacionou atrás do carro dele, e meu pai foi sair e triscou no outro carro. Logo em seguida, eles desceram e foram conversar, mas eles se exaltaram. O dono do Fiesta puxou um cassetete e ‘meteu’ no vidro do passageiro, onde minha mãe estava. Os estilhaços de vidro cortaram o rosto da minha mãe. Ele saiu quebrando os outros vidros. Toda ação tem uma reação, meu pai desceu e efetuou um disparo em legítima defesa”, justificou.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1
Briga de trânsito deixa uma pessoa baleada
Um vídeo, divulgado nas redes sociais, mostra o momento em que o empresário começou a atirar contra o motorista do Fiesta. É perceptível nas imagens momentos de terror dentro do estabelecimento. Várias pessoas gritando e pedindo para o empresário parar de atirar.
O suspeito de destruir com um cassetete parte do vidro do veículo de Flábio foi indiciado por dano qualificado, homicídio tentado e lesão corporal leve. Os estilhaços do vidro teriam atingido o rosto de uma mulher que estava no carro.
Outro caso
O mesmo empresário, Flábio Silva de Sousa, foi acusado de matar o caminhoneiro Helvécio Maia dos Prazeres, 75 anos, no cruzamento das avenidas Dom Severino e Presidente Kennedy, na zona Leste de Teresina em maio de 2010. No dia 12 de janeiro desse ano, o proprietário da empresa Raízes Amargas teve sua pena extinta.
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