Acontece nesta sexta-feira (23), na 2ª Vara do Tribunal do Júri, a audiência de instrução e julgamento do capitão da Polícia Militar do Piauí, Allisson Wattson da Silva Nascimento, assassino confesso de Camilla Abreu, sua namorada. A sessão será presidida pela juíza Maria Zilnar Coutinho Leal, e está marcada para as 8h30min.
- Foto: DivulgaçãoCamilla Abreu e capitão Allisson Wattson
O pai da estudante, Jean Abreu, chegou no fórum por volta das 8h, e, em entrevista à imprensa, pediu pena máxima ao oficial da PM. “Espero que ele pegue pena máxima, para que não aconteça com outras famílias o que aconteceu na minha. Que sirva de exemplo a condenação dele”, declarou à TV Meio Norte.
Allisson Wattson está no presídio militar. Sua defesa ingressou com pedido de instauração de incidente de insanidade mental, no que a juíza Zilnar Coutinho solicitou, ao diretor da unidade penal onde o capitão está preso, informações sobre medicações que ele estaria tomando diariamente.
Relembre o caso
A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, na zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro da jovem.
A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. O capitão foi visto em um posto de lavagem às margens do Rio Parnaíba, a fim de lavar seu carro sujo de sangue. Allisson disse ao lavador de carros que o sangue era decorrente de pessoas acidentadas que ele havia socorrido.
- Foto: FacebookAllisson Wattson e Camilla Abreu
Na tentativa de ocultar as provas do crime, o capitão trocou o estofado do veículo e tentou vendê-lo na cidade de Campo Maior, mas não conseguiu pelo forte cheiro de sangue que permanecia no carro.
Durante investigação, a polícia quis periciar o carro, mas Allisson disse ter vendido o veículo e não lembrava para quem. No dia 31 de outubro, o delegado Francisco Costa, o Barêtta, confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.
Na manhã de 1º de novembro, a estudante foi sepultada sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu.
Em dezembro, a juíza Maria Zilnar recebeu denúncia do Ministério Público do Estado do Piauí oferecida contra o militar pelos crimes de feminicídio qualificado por motivo fútil (intenso ciúme da vítima) e recurso que impossibilitou a defesa da ofendida, ocultação de cadáver e fraude processual.
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