Dois contratos assinados pela prefeita Vilma Amorim (PT) apontam que a Prefeitura de Esperantina gastou mais de R$ 400 mil reais no Festival do Peixe, realizado em julho, apenas com a infraestrutura e a organização do evento.
A prefeita sempre afirmou que os gastos seriam custeados com recursos estaduais, alocados através de emendas parlamentares e apoio do Governo do Estado.
- Foto: Lucas Dias/GP1Vilma Amorim
O Festival foi realizado em momento crítico, de atraso nos salários dos servidores e quando o gasto com pessoal já extrapolava o que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal, atingindo estratosféricos 70%.
Os valores despendidos foram incompatíveis com o momento de crise da municipalidade.
R$ 123 mil para empresa organizar o evento
Apenas com a empresa Teresinha de Sousa e Silva – ME contratada para a organização do evento, a prefeitura gastou R$ 123.000,00 (cento e vinte e três mil reais).
Na estranha composição de custos foram inseridas despesas de toda ordem, a exemplo de troféus de participação, coletes salva-vidas, touca para natação, campo de areia, decoração, transferência tecnológica, aluguel de drones e tambores para coleta seletiva de lixo.
Numa rápida pesquisa de preços, tambores de 200 litros, como descritos no projeto, foram encontrados por R$ 550,00 (quinhentos reais), a unidade, bem abaixo do valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) inseridos na planilha e que denotam sobrepreço de quase 100%.
A empresa cobrou pelo projeto de segurança e Corpo de Bombeiros o valor de R$ 9.000,00 (nove mil reais).
Prefeitura gastou R$ 292 mil com infraestrutura
A empresa FF Andrade Neto – EPP, de Barras/PI, foi contratada por R$ 292.905,00 (duzentos e noventa e dois mil e novecentos e cinco reais) para a locação da infraestrutura do evento.
Chama atenção o gasto com o aluguel de arquibancadas no valor de R$ 44.460,00 (quarenta e quatro mil e quatrocentos e sessenta reais) com estrutura de 50 metros e com 09 degraus.
Pessoas que estiveram presentes ao Festival afirmaram a reportagem, sob anonimato, que não foram montadas estrutura de arquibancadas, o que pode ser facilmente comprovado com registros fotográficos e imagens colhidas no evento.
O Ministério Público deverá ser acionado para investigar os gastos com os dois contratos.
Outro lado
Procurada pelo GP1 na manhã desta sexta-feira (16), a prefeita Vilma Amorim disse que não vai querer se posicionar sobre o caso.
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