O empresário Venilson de Oliveira Rocha também foi preso pela Polícia Federal por posse irregular de arma de fogo, durante o cumprimento dos mandados de prisão temporária e de busca e apreensão em sua residência, na ‘Operação Argentum’, deflagrada nas primeiras horas da manhã do dia 26 de outubro de 2017.
O empresário ao ser abordado por policiais federais declarou possuir uma arma de fogo, guardada em seu quarto, mais especificamente em seu guarda-roupa.
A arma, um revólver calibre 38, de marca Rossi, não possuía registro. Também foram encontrados inúmeros cartuchos. O empresário foi preso e levado a Polícia Federal para os procedimentos de praxe.
- Foto: Reprodução/Instagram Venilson (à esquerda) durante campanha do prefeito Firmino Filho
Venilson de Oliveira Rocha pagou fiança arbitrada pela autoridade policial no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), para ser solto, tendo feito o compromisso de comparecer em juízo todas as vezes que for chamado, não se ausentar da comarca sem autorização e nem mudar de residência sem prévia comunicação.
O juiz Arilton Rosal Falcão Júnior, da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina, homologou a prisão em flagrante e ratificou a fiança.
Caso seja condenado, o empresário está sujeito a uma pena de 01 a 03 anos de detenção, e multa.
Ligação com Firmino Filho
As investigações da Polícia Federal apontam que Venilson de Oliveira foi beneficiado com licitações fraudulentas e participou de organização criminosa com o intuito de desviar recursos de precatório do Fundef na cidade de Prata do Piauí.
O empresário que é proprietário da empresa VR Serviços - Venilson de Oliveira Rocha-ME, recebeu do prefeito Firmino Filho, de 2013 a 2017, a cifra de R$ 8.101.456,76 (oito milhões, cento e um mil, quatrocentos e cinquenta e seis reais e setenta e seis centavos) referentes a locação de automóveis. Os valores são provenientes de contratos celebrados com as mais diversas secretarias e órgãos da Prefeitura de Teresina.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1Prefeito Firmino Filho
Prefeito pagou contrato mesmo avisado de falsificações
Nos meses de outubro e novembro de 2016, o então secretário municipal de finanças, Jalisson Hidd Vasconcellos encaminhou ofícios a Receita Federal, Secretaria da Fazenda do Estado do Piauí e Ministério Público Estadual, comunicando ter detectado indícios de adulteração na Certidão Negativa de Débitos – CND da Receita Federal, Certidão de Situação Fiscal e Tributária emitida pela Secretaria de Estado da Fazenda e Certidão da Dívida Ativa do Município de Teresina, apresentadas pelo empresário nos processos de pagamentos originários de diversos órgãos da prefeitura de Teresina.
O prefeito Firmino Filho foi devidamente comunicado pelo então secretário de Finanças, Jalisson Hidd Vasconcellos, das irregularidades constatadas nos processos de pagamentos da empresa Venilson de Oliveira Rocha-ME.
Mesmo assim, no ano de 2017, após a comunicação, a empresa recebeu 08 (oito) pagamentos, no valor total de R$ 192.500,00 (cento e noventa e dois mil reais e quinhentos reais).
O Ministério Público do Estado do Piauí, por meio do promotor Antônio Tavares dos Santos, da 22ª Promotoria de Justiça, encaminhou no dia 29 de novembro de 2016 ofício ao delegado geral Riedel Batista, requerendo a instauração do inquérito para investigar crime contra a Lei de Licitações envolvendo a empresa.
Empresário está sendo investigado pela Polícia Civil
O pedido de abertura de inquérito policial feito pelo Ministério Público está no 1° Distrito Policial desde o dia 22 de março de 2017. A investigação deve apurar indícios de fraude (adulteração) e falsificação de certidões comprobatórias de regularidade fiscal para que a empresa pudesse receber pagamentos da Prefeitura de Teresina.
A investigação está sob responsabilidade do delegado Anfrísio Castelo Branco.
MPF afirma que a empresa é de fachada
A VR Serviços para o Ministério Público Federal é uma empresa de fachada, pois a Polícia Federal efetuou diligências para localizar a sede da empresa e foi constatado o funcionamento em outro endereço.
- Foto: Lucas Dias/GP1Endereço de número 1969, onde funciona um posto de lavagem de veículos
A Prisão
O empresário Venilson de Oliveira Rocha teve a prisão temporária decretada pelo juíza Vládia Maria de Pontes Amorim, da 3ª Vara da Seção Judiciária do Piauí, no dia 06 de outubro de 2017. O mandado foi cumprido pela Polícia Federal no dia 26 de outubro, quando foi deflagrada a ‘Operação Argentum’.
Veja aqui o decreto da prisão temporária de Venilson de Oliveira Rocha
Em 04 de novembro a prisão temporária foi convertida em preventiva. No decreto, o juiz Leonardo Tavares Saraiva acatou os argumentos do MPF que rotulou a empresa como de fachada.
O empresário foi posto em liberdade no dia 16 de novembro de 2017, mediante o pagamento de fiança.
A Operação Argentum
A operação foi realizada pela Delegacia de Repreensão a Corrupção e a Crimes Financeiros da Polícia Federal no Piauí, comandada pelo delegado Reinaldo Camelo, em parceria com o Tribunal de Contas da União (TCU), a Controladoria Geral da União (CGU), o Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE), o Ministério da Fazenda, entre outros órgãos que fazem parte da rede de controle.
A Controladoria-Geral da União constatou contratações irregulares e movimentações bancárias anormais com recursos federais de aproximadamente R$ 2.730.000,00 milhões referentes a recursos do precatório do Fundef. O ex-prefeito Antônio Parambu usou o dinheiro para fazer pagamentos a empresas de fachadas e fantasmas.
Segundo o MPF, “em diligências ao local, policiais federais localizaram a empresa no endereço Rua Governador Joca Pires 1969-B, Fátima, Teresina/PI, diferentemente do que consta no cadastro do CNPJ (Rua Governador Joca Pires, 1929). A empresa se trata de um posto de lavagem e não constam vínculos empregatícios no período.”
Justiça recebeu denúncia e empresário é réu em ação penal
A juíza Vládia Maria Pontes de Amorim, da 3ª Vara Federal do Piauí, aceitou denúncia contra o ex-prefeito Antônio Parambu e os empresários envolvidos no desvio de dinheiro do fundef na cidade de Prata do Piauí.
O empresário Venilson de Oliveira Rocha virou réu acusado de peculato, crime da Lei de Licitações e formação de organização criminosa. A denúncia foi recebida em 14 de dezembro do ano passado.
A Lei considera organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos.
Empresário poderá pegar mais de 20 anos de cadeia
Caso o empresário venha a ser condenado por todas as acusações feitas pelo MPF, poderá pegar mais de 20 anos de cadeia, além de pesadas multas.
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