Delegados da Polícia Civil realizaram na manhã desta quinta-feira (6), um ato em frente ao Palácio de Karnak contra as péssimas condições das delegacias e a falta de pessoal para atender a demanda. A presidente do Sindicatos do Delegados da Polícia Civil (Sindepol), Andrea Magalhães, aproveitou a oportunidade para criticar o concurso público que será realizado para o preenchimento de 20 vagas para a categoria.
“Um delegado desses é encarregado por uma média de 10 cidades . Então só com isso já se tem uma noção do que significa esse manifesto. Queremos saber qual é a solução do governador. A nossa ideia não é greve e nem paralisação, mas a nossa situação é clara. A Polícia Civil como um todo pode entrar em colapso. Vamos protocolar hoje uma comunicação simples, entregando os cargos de confiança, pois aqui ninguém é obrigado a assumir cargo quando não há confiança”, disse a delegada.
O delegado Moises Aragão Linhares, afirmou ao GP1 que é responsável pelas cidades de Guadalupe, Antônio Almeida, Marcos Parente, Landri Sales, Canavieira, Porto Alegre e Jerumenha. Para Moises, não tem como um delegado ficar responsável por tantos municípios.
“É uma grande distância para cobrir cada cidade. Temos apenas uma viatura. Não temos condição e cobrir de um ponto A ao B, com mais de 130 km. Queremos conversar com o governo, pois não é só a gente que é conhecedor do fato. Somos porta voz da população aqui”, criticou.
Concurso
Ela ainda não poupou críticas ao concurso que será realizado para 190 vagas, sendo que são 20 para delegados. “Primeiro anunciaram um concurso para 2019. Vocês observaram esse detalhe? Estamos ainda em 2017 ele vem anunciar um concurso em 2019, onde em tese ele pode não estar no governo, pois o mandato encerra em 2018. O governo dele começou há 3 anos atrás e ele vem ofertar 20 vagas para 2019”, criticou.
A delegada explica que são necessárias muito mais vagas. “Em 2004 temos uma lei que criou vagas na Polícia Civil. São 3.675 vagas e hoje temos 1.600 ocupadas, ou seja, temos um fosso de 14 anos de mais de 2 mil vagas da polícia civil. Durante esse tempo, muito delegados já ingressaram e já saíram. Todo mundo vê a classe mendigando a necessidade do povo de ter delegado dentro de uma delegacia. Anunciar concurso de 20 vagas, quando a necessidade é de mais de 2 mil e a saída dos delegados excede a de 20, meu amigo isso é uma maneira de mascarar a realidade. Sinto muito governador, mas com essas 20 vagas não vai conseguir suprir, com aposentadorias e saídas, a necessidade de um ano, imagine de 14. Não adianta, não convence e não vai nos convencer. Muitas promessas foram ditas e não são cumpridas”, criticou.
Outro lado
Em entrevista ao GP1, o delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Riedel Batista, afirmou que as reivindicações dos delegados estão sendo atendidas. “As reivindicações que estão sendo feitas estão sendo atendidas, 90% foram atendidas. As que não foram atendidas ainda é justamente a questão da lei salarial que ficou para 2018, porque esse ano já teve um aumento. E a questão da estrutura, isso já está sendo feito, estamos fazendo reformas, reparos nas delegacias, construção de novas unidades policiais tanto na capital como no interior, a aquisição de viaturas, armamento, nós compramos 700 novas armas. Eles estavam pedindo concurso público, o governador autorizou concurso, até o final do ano vamos realizar, então, a gente não entende essa manifestação porque todas as reivindicações estão sendo atendidas”, declarou.
*Com informações de Thais Guimarães, direto do local.
Ver todos os comentários | 0 |