Dono da Teresina Veículos está sendo procurado por estelionato

O empresário Fábio Pereira de Almeida, um dos sócios da concessionária Teresina Veículos, localizada dentro do Show do Automóvel, está sendo procurado pela Polícia Civil pelo crime de estelionato. O outro sócio da empresa, Paulo Sérgio Ribeiro Pires, foi preso no início da manhã desta quarta-feira (14), em casa. O Show do Automóvel fica localizado na Avenida João XXIII, zona leste de Teresina.

• Foto: Divulgação/ PolíciaCivilPaulo Sérgio, proprietário da Teresina Veículos

Em entrevista ao GP1, Sérgio Mota, advogado de Fábio Pereira, alega que uma terceira pessoa se utilizou de uma senha de Fábio para entrar no sistema da loja e obter informações de clientes e, dessa forma, realizar os contratos de financiamentos fraudulentos.

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• Foto: Lucas Dias/ GP1Loja Teresina Veículos

Início das investigações

O delegado Ademar Canabrava, responsável pelo 12º Distrito Policial, informou ao GP1 que as investigações sobre o esquema de financiamentos fraudulentos tiveram início a partir da prisão de um homem identificado como Suelso, que havia sido flagrado com documentação falsa em um banco na zona leste de Teresina, há três meses. “Ele foi preso, levado para a Central de Flagrantes, e o inquérito dele veio para o 12º DP, e daí começaram as investigações. Descobrimos que ele era estelionatário, pois várias pessoas chegaram até a gente denunciando que eram vítimas dele [Suelso]. Com as investigações nós conseguimos chegar até o grupo, através de depoimentos das vítimas que citaram nomes. Então a gente chegou até a loja [Teresina Veículos] e ao banco, que é o BV. Com isso, pedimos os mandados de prisões, foram expedidos três, um contra o Paulo [preso], o Fábio [foragido] e uma mulher, que eu não posso falar o nome ainda, pois a gente ainda não conseguiu chegar nela”, ressaltou.

Como funcionava o esquema

De acordo com o delegado Canabrava, Paulo Sérgio Ribeiro Pires era responsável por reunir as informações das vítimas, que eram utilizadas pela loja [Teresina Veículos] e encaminhadas ao agente financeiro [BV Financeira], onde eram confeccionados os contratos fraudulentos.

“Ele [Paulo] trazia as pessoas do interior para ‘cá’ [Teresina], com toda a documentação, e levava até a loja. Com essas informações a loja financiava, levava para o banco, que aprovava [o financiamento]”, explicou.

• Foto: Brunno Suênio/GP1Ademar Canabrava

Ainda segundo o delegado, Fábio Pereira, responsável pela loja, tinha uma senha de acesso aos cadastros dos clientes e com os dados pessoais conseguia a aprovação dos financiamentos junto à financeira: “A facilidade era muito grande. Como era que ele [Fábio] chegava só com as informações da pessoa lá no banco, que não fazia avaliação do carro, e era aprovado [o contrato]? Só pode ter alguém do banco envolvido”, ponderou o delegado.

Sobre a mulher, que não teve o nome revelado, Canabrava explicou que sua função era levantar informações das vítimas para encaminhá-las até a loja. “Uma pessoa fazia o cadastro na loja, e quando esse cadastro não dava certo, as informações eram repassadas para frente e, posteriormente, era aprovado [o cadastro] em nome de uma terceira pessoa. Com isso nós identificamos vítimas que tinham carros em seus nomes, mas não os tinha”, pontuou.

O delegado revelou também que mais de dez pessoas já foram vítimas desse golpe. “Temos uma vítima em Picos. Só no nome dela existem dois carros financiados, ela só descobriu porque o nome dela foi para o SPC”, finalizou.

Para Canabrava, novos mandados de prisões devem ser expedidos pela Justiça. “Nós temos ainda, pelo menos, mais dez mandados de prisão para serem expedidos. As investigações só estão no início. Com a prisão de hoje nós vamos chegar a mais pessoas”, finalizou.