Alunos e ex-alunos da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) denunciaram ao GP1, que vários estudantes de outras instituições públicas e privadas estão recebendo liminares de forma inadequada para se transferirem para o curso de Medicina da Facime. Com isso, o coordenador do curso de Medicina da UESPI, Alberto Madeiro, pediu exoneração do cargo pois se recusa a cumprir as liminares.
Em entrevista ao GP1 um aluno da instituição, que preferiu não ser identificado, revelou que o clima de revolta está muito grande na Uespi. “Todo mundo está revoltado com uma enxurrada de liminares que estão adentrando na instituição. São alunos que recebem as liminares, porém têm problemas com disciplinas em outros estados, em especial, em faculdades particulares, sem o devido trâmite legal, que é regido dentro da UESPI. Quando abre uma vaga de desistência para conseguir a transferência é de acordo com os editais de transferência. Não é isso que está acontecendo. Essa revolta toda se deu por conta de uma das liminares, em que uma aluna tem problemas em 27 disciplinas, e é pra fazer internato, que já é mais da metade do curso. Como é que essa aluna vai para o internato? Vão dar as notas para essa aluna entrar no internado?!”, desabafou.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1Universidade Estadual do Piauí (UESPI)
Em resposta, a assessoria da Universidade Estadual do Piauí informou que a instituição concorda com a posição dos alunos e do professor. Porém a liminar deve ser cumprida, pois, caso contrário, o gestor corre risco de ser preso. Em relação ao caso específico da aluna que conseguiu a liminar, mesmo com 27 problemas em disciplinas, ela não tinha conseguido entrar na UESPI através do processo legal da instituição. Ela entrou com uma liminar, pois a UESPI já havia negado.
Confira a nota de esclarecimento da UESPI
A Universidade Estadual do Piauí (UESPI), em relação às supostas irregularidades no processo de transferência externa de estudantes para ingresso no curso de Medicina, esclarece que, o ingresso de estudantes de outras instituições na universidade, dá-se por meio de edital lançado pela instituição e que, aqueles que não se adequam às exigências constantes no edital, são indeferidos pela comissão julgadora. Entretanto, em casos em que o estudante recorre à Justiça, a instituição é obrigada a obedecer a ordem judicial, expedida por via liminar.
Em relação aos casos recentes de transferência externa, que correm em segredo de justiça, a UESPI, por meio da sua Procuradoria Jurídica, esclarece que está recorrendo da liminar, no sentido de revogar a decisão judicial de estudantes que foram indeferidos durante o processo de seleção de transferência externa na instituição, por não corresponderem às exigências do edital.
Na manhã desta quarta-feira (10), a administração superior da UESPI, representada pela vice-reitora, Dra. Bárbara Melo, a pró-reitora de ensino e graduação, Dra. Ailma do Nascimento Silva e a pró-reitora adjunta de ensino e graduação, Dra. Eliene Pierote, juntamente com a procuradora jurídica da instituição, Maria Deusly, reuniu-se com representantes dos estudantes de medicina e com o diretor do CCS, Jesus Abreu, com a finalidade de esclarecer o andamento dos processos judiciais citados que estão em posse da assessoria jurídica.
A Administração Superior da instituição comunica ainda que está aberta a diálogos com toda a comunidade acadêmica, pois entende que essa é uma questão que afeta a universidade como um todo.
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