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Oeiras - Piauí

Servidores denunciam falta de estrutura na Emater em Oeiras

Os funcionários do órgão realizaram um mutirão para limpar o matagal que existe atrás do escritório. Para isso, eles se reuniram e, do próprio bolso, tiraram o dinheiro para pagar uma equipe.

Os servidores da Emater (Empresa de Assistência e Extensão Rural do Estado) de Oeiras realizaram, na manhã deste sábado (01), um mutirão para limpar um matagal que existe atrás do escritório. Para isso, eles se reuniram e retiraram dinheiro do próprio bolso para pagar uma equipe que realizou o trabalho de capina.

  • Foto: GP1Mato que fica atrás do prédio da EmaterMato que fica atrás do prédio da Emater

De acordo com um dos funcionários, que preferiu não ter o nome revelado, eles não esperaram o Governo, porque, segundo o servidor, a burocracia atrapalha: “Nós fizemos a questão de limpeza externa, a gente tem uma área por trás do prédio que tem bastante matagal e, infelizmente, por conta do Governo não ter uma maneira de resolver isso, porque a burocracia é grande e o desinteresse também, nós mesmos tivemos que fazer”, criticou.


“A situação da Emater tá ficando cada vez mais decadente, cada vez pior. As coisas funcionam muito por conta de política, 'aí' fica essa coisa de um esperando o outro e o tempo vai passando e a situação ficando cada vez pior”, relatou.

  • Foto: GP1Equipe contratada pelos servidores fazendo a capinaEquipe contratada pelos servidores fazendo a capina

O servidor ainda acrescentou: "O serviço estava sendo realizado por essas pessoas que a gente contratou, a nossa parte foi a organização e a contribuição por conta dessa situação do descaso do Governo para com o órgão”.

Outra reclamação dos funcionários é a falta de reajuste nos salários: “Estamos no 6º ano sem nenhum reajuste, sem plano de cargo e carreira e o Governo fica só enrolando, mas nunca resolveu nada”, disparou.

  • Foto: GP1Pátio onde ficam os carros do órgãoPátio onde ficam os carros do órgão

Fatalidade

Durante o trabalho realizado neste sábado, um dos funcionários da Emater, Aírton Vieira Gomes, 59 anos, mais conhecido como Aírton do Emater, morreu depois de sofrer um infarto fulminante.

Segundo informações do mesmo funcionário, "era por volta de 11h e ele [Aírton] começou a dizer que estava passando mal, ele até tomou banho, trocou de roupa, mas eu não tenho conhecimento de histórico de família, qual era a situação de saúde dele. Ele estava sentado numa cadeira, nós o pegamos, um colega da gente tinha carro e o levamos para a UPA, lá passaram 40 minutos tentando reanimá-lo, mas infelizmente ele morreu”, relatou.

Aírton era extensionista rural e trabalhava há 32 anos no órgão. Ele deixa três filhas, Valéria, Vanessa e Valquíria. O enterro vai acontecer, neste domingo (02), no cemitério Campo da Esperança, no bairro Jureminha.

Outro lado

O GP1 ouviu o coordenador regional da Emater em Oeiras, Paulo Henrique Nunes Martins, sobre a situação do órgão na cidade. “Os prédios em si estão um pouco desgastados em todas as regionais e o mato estava grande e alguns moradores da própria cidade diziam assim ‘os funcionários da Emater deviam pelo menos limpar o prédio...’. Eles [servidores] disseram que iam fazer um mutirão para ‘quebrar a cara’ de quem estava de gozação com eles e hoje foram fazer isso lá. Os próprios servidores contrataram duas pessoas com roçadeira e três pessoas para pegar o material que foi retirado e colocar no carro”, declarou.

Sobre a falta de reajuste, Paulo Henrique falou que trata-se de uma reivindicação antiga: “Faz tempo que os funcionários da Emater reivindicam plano de cargos e salários, já fizeram greve e estão lutando para isso. Estão na Justiça, sempre em reunião com o sindicato, buscando incluir plano de cargos e salários, mas a Emater em si tá tudo bem, estamos prestando os serviços, vários programas de Governo nós estamos fazendo, tá tudo em ordem”, afirmou.

Em relação a morte do servidor, Paulo Henrique lamentou: “Era uma pessoa de 59 anos que praticava atividades físicas, caminhava, jogava bola, andava de bicicleta e, infelizmente, pegou todo mundo de surpresa, mas ele não morreu porque estava trabalhando no pesado, nem nada não, inclusive, ele já tinha tomado banho e estava sentado na cadeira quando teve um infarto fulminante [...] ele praticamente chegou morto [na UPA]”, finalizou.

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