O Ministério Público apresentou alegações finais na ação penal em que é réu o ex-tenente do Exército, José Ricardo da Silva Neto, acusado dos crimes de homicídio consumado triplamente qualificado por motivo fútil, feminicídio e duplo homicídio tentado qualificado. A peça foi oferecida pelo promotor de Justiça Ubiraci Rocha, no último dia 30 de novembro.
Nos memoriais, o promotor destacou que o homicídio foi cometido por motivo fútil em razão de menosprezo ou discriminação à condição de mulher e sem possibilitar qualquer margem de defesa as vítimas.
- Foto: DivulgaçãoJosé Ricardo Silva Neto
Afirma o promotor que, pelos fatos narrados, verificou-se que o delito se deu pelo simples fato da vítima ter dançado com outros homens, “o que desencadeou uma fúria advinda do sentimento de posse que o acusado possuía para com sua então namorada, num patente caso de violência contra mulher por razões da condição de sexo feminino, caracterizando assim a figura qualificada do feminicídio”.
O promotor pede ao juiz a pronúncia de José Ricardo da Silva Neto para que seja submetido a julgamento pelo Tribunal Popular do Júri.
Relembre o caso
José Ricardo da Silva Neto executou, na madrugada de 19 de junho deste ano, a namorada Iarla Lima Barbosa e deixou feridas outras duas pessoas, a irmã da vítima, Ilana, e uma amiga de 25 anos, próximo ao Bendito Boteco, na zona leste de Teresina.
O militar iniciou uma discussão com Iarla dentro do carro após saírem de uma festa que ocorria no Bendito Boteco. Ele teria ficado com ciúmes de Iarla e, após fazer acusações contra ela, a atingiu com dois tiros no rosto. A irmã da vítima e a amiga conseguiram fugir do carro. Uma das jovens foi atingida de raspão na cabeça e a outra no braço.
- Foto: Facebook/ Danilo SérvioIarla Lima Barbosa
O tenente chegou a retornar para o condomínio onde morava com a namorada morta dentro do carro. Ele foi preso por uma equipe do BPRone.
O juiz de direito da Central de Inquéritos, Luiz de Moura Correia, chegou a determinar a quebra do sigilo de dados e imagens dos aparelhos telefônicos do ex-oficial do Exército com o fim de subsidiar as investigações do Núcleo Policial Investigativo de Feminicídio.
No dia 25 de julho, a juíza de direito Maria Zilnar Coutinho Leal, respondendo pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, recebeu a denúncia contra José Ricardo.
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