Aconteceu, nesta quarta-feira (22), a audiência de instrução e julgamento do caso da estudante Iarla Lima, assassinada pelo ex-oficial do Exército Brasileiro, José Ricardo da Silva Neto. A audiência foi realizada na 1ª Vara do Tribunal do Júri e foi presidida pelo juiz Antônio Noleto.
O Ministério Público do Estado do Piauí, por meio do promotor Ubiraci Rocha, é o responsável pela acusação. Maurício Bezerra é o advogado de defesa do acusado.
O promotor Ubiraci afirmou que José Ricardo vai a Júri Popular: "Eu não tenho nenhuma dúvida disso, todas as testemunhas que foram ouvidas aqui, principalmente as arroladas pelo Ministério Público, são testemunhas que comprovam tudo aquilo que o Ministério Público alegou como fato e razão em decorrência da denúncia. Então confirmada a denúncia, através da instrução processual, que é esse ato que estamos realizando, não resta outra saída se não o juiz remeter o réu a julgamento pelo Tribunal do Júri”, declarou.
O representante do MP fez uma estimativa de quando o ex-tenente deverá ser julgado caso vá a Júri Popular: “Se houver recurso é apenas uma questão de tempo, não sei quanto tempo o tribunal está julgando um recurso, talvez entre 6 e 8 meses, mas como se trata de um caso de feminicídio e a orientação do Conselho Nacional de Justiça é no sentindo de que esses casos tenham prioridade em relação aos demais processos, então acredito que em seis meses, se houver recurso, nós haveremos de fazer esse júri, agora se não houver recurso ele será feito em meados do próximo ano”, afirmou.
“O que mais nos surpreendeu foi a frieza com que o acusado cometeu o delito, porque sem nenhuma razão aparente, pelo menos lá no bar a razão só foi demonstrada depois, ele tirou a vida da sua namorada, de 1 semana só de namoro, que ele teria dado rosas no dia do namorados, o crime foi uma semana depois. Para nós é uma personalidade surpreendente e isso demonstra mais uma vez que a sociedade deve reagir em relação a esses crimes sob pena de convivermos eternamente com eles em nossa cidade, que apresenta hoje índice de violência nesse sentido muito alto”, finalizou.
A mãe da jovem Iarla, Lucineia da Silva, também disse que acredita que o ex-oficial vá a julgamento pelo Tribunal Popular do Júri: "Pelas testemunhas e pelos fatos eu acredito que ele vá a juri popular e é o que a gente quer, que ele seja punido na forma da lei. Eu não vejo como uma vingança, a gente está atrás de justiça para que não venha acontecer outros casos", afirmou.
Lucineia também fez um pedido a José Ricardo: "Eu gostaria muito que ele falasse comigo e me dissesse alguma coisa", pediu.
Ainda segundo Lucineia, ela não conhecia José Ricardo, que só o conheceu pessoalmente durante a audiência.
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