A Polícia encontrou, na tarde desta terça-feira (31), no povoado Mucuim, o corpo da estudante de direito Camilla Abreu, que havia desaparecido, na última quinta-feira (26), em Teresina.
O corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição em um matagal a uma distância de aproximadamente 15 metros de uma estrada de chão, entre Teresina e Altos, que dá acesso a um sítio de propriedade do capitão da PM, Alisson Watsson, que era namorado da jovem.
A polícia ainda não sabe se Camilla chegou ao local já morta ou se ainda tinha sinais vitais. “O perito é que vai analisar o corpo, ela vai ser levada para o Instituto de Medicina Legal e lá vai dizer se realmente tinha reação vital, se ela realmente foi colocada aqui ainda viva ou se já estava morta”, afirmou o delegado Barêtta, coordenador da Delegacia de Homicídios.
Alisson já foi preso e confessou que matou Camilla com um tiro no rosto. Foi ele quem indicou o local do corpo. A jovem estava de calça jeans e uma camiseta preta. Ao GP1, populares informaram que desde sábado (28) sentiam um cheiro forte no local, mas achavam que era lixo ou um bicho morto.
O pai de Camilla, Jean Carlos Rodrigues, esteve no local acompanhando a remoção do corpo da estudante e disse o que estava sentindo: "Revolta né? Dela ter se misturado com um vagabundo desses fardado de polícia. Não tenho nem palavras”, declarou.
Assassino confessou crime
O delegado Barêtta disse que a estudante foi alvejada dentro do veículo do assassino. Ele contou como o crime aconteceu. “Ele conta a versão dele lá, que atirou dentro do carro após ter mantido relação sexual com ela. É a versão dele, evidentemente que estamos investigando para saber o que realmente aconteceu. Se ele confessasse ou não a polícia tinha construído as provas necessárias para prender ele e deixar na cadeia”, disse o delegado.
A motivação do crime teria sido uma discussão. “Ele conta a história dele, que teve uma discussão por causa de namoro, ciúmes também. Ele era um homem muito agressivo e nós temos o histórico dele todo levantado. A gente já tinha muita informação e com a prisão hoje à tarde, só veio a colaborar [para localizar o corpo]”, afirmou Barêtta.
No inquérito será apurado se ele teve a ajuda de alguém. “Se porventura tiver algum coautor ou partícipe, será demonstrado no inquérito policial”, esclareceu o delegado da Homicídios.
O delegado geral Riedel Batista destacou que nada que o acusado fale, vai conseguir minimizar o que aconteceu. “A questão da versão dele não minimiza em nada a forma como ele matou a jovem. Ele pode falar o que ele quiser, não muda em nada a situação dele”, destacou.
O delegado Barêtta informou ainda que há indícios de que a jovem tenha levado uma pancada com um objeto contundente.
Entenda o caso
A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu na última quarta-feira (25). Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, na zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro da jovem.
A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações.
O capitão foi visto, na manhã do último sábado (28), em um posto de lavagem às margens do Rio Parnaíba, a fim de lavar seu carro sujo de sangue. Allisson disse ao lavador de carros que o sangue era decorrente de pessoas acidentadas que ele havia socorrido.
Na tentativa de ocultar as provas do crime, o capitão trocou o estofado do veículo e tentou vendê-lo na cidade de Campo Maior, mas não conseguiu pelo forte cheiro de sangue que permanecia no carro.
Durante investigação, a polícia quis periciar o carro, mas Allisson disse ter vendido o veículo, mas não lembrava para quem.
No início da manhã desta terça-feira (31), o delegado Francisco Costa, o Barêtta, confirmou a morte da jovem.
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