Familiares de três crianças registraram na noite de quarta-feira (11) um Boletim de Ocorrência contra o policial Gilberto Carvalho da Silva, que é acusado de espancar e ameaçar de morte três meninos de 9, 11 e 12 anos no bairro Angelim, na zona sul da cidade de Teresina.
Antônio Francisco Nogueira é pai de uma das crianças e disse não entender o que motivou a agressão do policial. Ele afirmou que os meninos estavam brincando na rua, quando o vizinho Gilberto Carvalho começou as agressões.
“As crianças estavam brincando na rua aqui perto de casa. Ele só não conhece o meu filho, mas os outros dois meninos ele conhecia. Ele alegou que a agressão aconteceu porque os meninos estavam usando drogas e depois disse que eles estavam em uma casa abandonada, mas não é verdade, eles estavam na rua brincando. Então ele simplesmente mandou as crianças botarem a mão na cabeça e deitar no chão e já foi com agressão. Chutando e pisando, dizendo que se elas chorassem iriam morrer ou apanhar mais. Ele ainda atirou para cima”, disse Antônio.
- Foto: Antônio NogueiraMarcas mostram agressão contra uma das crianças
Com a agressão, uma das crianças chegou a desmaiar e precisou ser socorrida pelos moradores. Foi encaminhado para o hospital e ainda está internado. Já as demais crianças estão com diversas escoriações pelo corpo. Moradores tentaram agredir Gilberto Carvalho, mas policiais militares da região conseguiram controlar a situação.
“Ele tratou os meninos como se fossem bandidos, mas ele é vizinho aqui, conhece todo mundo, sabendo que aquelas crianças não iriam trazer perigo nenhum. São praticamente bebê. São crianças que você olha e não vê nada de ruim nelas. Quando os vizinhos vieram me avisar o que tinha acontecido, uma das crianças estava desmaiada ainda. Íamos chamar a polícia, mas ele já apareceu no carro de uma viatura. Ele estava com uns policiais, nós até tentamos ir pra cima deles, mas jogaram spray de pimenta na gente”, explicou Antônio.
O caso foi levado para a Central de Flagrantes de Teresina e a família espera por justiça. “A gente foi para a Central de Flagrantes, fizemos todos os procedimentos, de lá fizemos o corpo e delito no IML, mas ainda está faltando a gente ir à delegacia do menor, porque ela só vai estar funcionando a partir de segunda-feira. Minha mulher foi hoje tentar fazer algum exame que possa comprovar que meu filho não usa drogas, porque ele alegou isso e queremos provar que não é verdade. Se você vê as crianças, o mal que ele fez para elas. Não pode ficar assim não, o que ele fez foi crueldade, eu não consigo entender o que aconteceu. Meu filho tem só nove anos”, desabafou o pai.
Outro lado
Procurado pelo GP1 nesta quinta-feira (12), o policial não foi localizado para comentar o caso. O GP1 fica aberto a quaisquer esclarecimentos. O diretor de comunicação da Polícia Militar do Piauí, o tenente-coronel John Feitosa, afirmou que a corregedoria irá instaurar um procedimento para investigar o caso.
Ver todos os comentários | 0 |