Revolta e impunidade. Esses são os sentimentos de Francieldo Pereira, noivo da jovem Milena Amanda, que morreu após uma colisão entre dois veículos na BR-343, em dezembro do ano passado, ao comentar a decisão do juiz de direito Luiz de Moura Correia em revogar a prisão preventiva de André Luis Borges Martins, acusado de provocar o acidente.
“O mínimo que a gente espera é justiça. A gente sabe que a justiça no Brasil é muito falha, mas fomos pegos de surpresa porque em menos de 60 dias, esse meliante, esse criminoso, foi colocado em liberdade. Porque pelo fato dele estar embriagado e ter colocado em risco a vida de várias pessoas e acabado levando a óbito a minha noiva, a Milena, isso realmente não justifica que com menos de 60 dias ela já tenha sido solto. A gente só quer que seja feita a justiça, principalmente, que ele continue sendo julgado por homicídio doloso, porque ele realmente arriscou vindo dirigindo embriagado e levando a óbito a Milena”, declarou.
- Foto: Instagram/Francieldo PereiraFrancieldo Pereira e Milena Amanda
A decisão do juiz da Central de Inquérito de Teresina, em revogar a prisão de André Luís, é do dia 27 de janeiro. O suspeito foi solto mediante pagamento de fiança no valor de R$ 9.370,00 e cumprimento de medidas cautelares, entre elas, o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de frequentar bares, boates e similares e suspensão do direito de dirigir até o encerramento da ação criminal.
Francieldo Pereira fez ainda um apelo a todos que se sensibilizaram com a morte de Milena. “Os amigos e as pessoas que tenham empatia por esse caso, se vejam revoltados como nós estamos, caso vejam esse meliante, esse criminoso, cometendo alguma infração dessa, que nos comunique, que tire foto, que grave, para que ele volte a cadeia o mais rápido possível”, falou.
- Foto: Facebook/André BorgesAndré Luís Borges Martins
Entenda o caso
A técnica de enfermagem Milena Amanda Nery Aguiar e seu noivo Francieldo Pereira, estavam em um carro modelo HB20 quando colidiram frontalmente com um Línea, conduzido por André Luís Borges Martins, que estava acompanhado de duas adolescentes, no do dia 04 de dezembro de 2016, na BR-343, saída de Teresina.
Milena, Franciel e André foram encaminhados ao HUT. Milena morreu momentos depois de chegar à unidade hospitalar. Francieldo ficou gravemente ferido e passou por uma cirurgia. André Luís foi transferido para o HGV, após passar por cirurgia na região da bacia. Laudo pericial apontou que André Luís estava sob efeito álcool, avançou na contramão, além de estar em alta velocidade.
Dois dias após o acidente, o juiz Thiago Aleluia Ferreira de Oliveira decretou a prisão preventiva de André Luís “considerando a gravidade concreta do crime e a periculosidade da conduta do autuado”. O magistrado ressaltou ainda que “no caso em apreço, o autuado assumiu o resultado, por conhecer os riscos a que se sujeitou, após a diminuição dos reflexos e da capacidade psicomotora sob a influência do álcool, o que configuraria uma forma de dolo, que é denominado pela doutrina em dolo eventual”.
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