Está marcada para o dia 26 de agosto, às 8h30, audiência de instrução e julgamento de Wicloas Neves Portela , Tiago Rocha Santiago , Pedro Vitor Cardoso Almeida e Diego Bruno da Costa Sousa , acusados de matar o policial militar do Piauí Agamenon Dias Freitas Júnio r, durante uma briga em um posto de combustíveis no dia 4 de fevereiro deste ano, em Teresina.
A audiência vai acontecer na 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina e será presidida pela juíza Maria Zilnar Coutinho Leal que no despacho, de 23 de julho, negou o pedido de revogação de prisão dos réus.
Relembre o caso
Agamenon Dias Freitas Júnior, lotado na Cavalaria da Polícia Militar do Piauí, foi assassinado com tiros na cabeça e nas costas na madrugada do dia 4 de fevereiro, durante uma confusão em um posto de combustíveis localizado na Avenida dos Expedicionários, próximo ao Atlantic City, zona sudeste de Teresina.
De acordo com o inquérito do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a confusão que culminou no assassinato do policial teve início após um dos adolescentes envolvidos no crime ter tentado furar a fila da loja de conveniência do posto de combustíveis e ter sido repreendido por Agamenon Dias. Foi então que a discussão se estendeu para fora do estabelecimento, onde o policial e o amigo dele, Ismael Rodrigues de Araújo, foram agredidos por Tiago Rocha, Wicloas Neves, Pedro Vitor, Diego Bruno e os dois menores de idade.
O policial Agamenon Dias foi imobilizado dentro de seu carro por Diego Bruno e executado com disparos efetuados por Tiago Rocha, usando a própria arma do militar. Enquanto Ismael Rodrigues de Araújo conseguiu fugir dos criminosos. Vídeos feitos por populares mostram o momento da confusão generalizada que terminou com o assassinato do PM.
Denúncia do Ministério Público
O promotor Régis de Moraes Marinho , da 15ª Promotoria de Justiça de Teresina, ofereceu denúncia no dia 23 de fevereiro de 2024 contra os acusados. Os quatro foram denunciados por homicídio qualificado, com incidência das qualificadoras de motivo torpe, emprego de meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, em concurso material com o crime de lesão corporal de natureza leve e corrupção de menores. Ademais, Tiago Rocha Santiago (autor dos disparos que mataram o policial) também foi denunciado por roubo majorado, por ter subtraído a arma de fogo do PM após o homicídio.
“No tocante à incidência da qualificadora dos homicídios, aponta-se, com relação à torpeza, serem firmes os indícios que comprovam tratar-se de homicídios perpetrado após uma briga de bar. A crueldade também é notória, uma vez que a vítima fatal foi espancada com chutes e socos, cortada com cascos de garrafas de vidro e atingida por cinco disparos de arma de fogo, sofrendo para além do mal necessário à consumação de um homicídio. Na mesma senda, o recurso que dificulta ou torna impossível a defesa do ofendido é indubitável, eis que o crime foi cometido por uma verdadeira multidão, enquanto a vítima já estava dentro do seu veículo, impossibilitando que ela deixasse o local. O uso de arma de fogo de uso restrito é evidente, uma vez que a vítima foi alvo de disparos de arma de fogo Beretta, calibre 9mm”, consta em trecho da denúncia.