A juíza Júnia Maria Feitosa Bezerra Fialho , da 4ª Vara Criminal da Comarca de Teresina, condenou os três indivíduos denunciados pelo Ministério Público, acusados do crime de latrocínio (roubo seguido de morte) contra o empresário Petrônio Nunes de Lima , proprietário da Lotérica "Jogos do Pepé", ocorrido em uma casa lotérica da capital piauiense. O caso, que chocou a população, aconteceu no dia 13 de março de 2024, por volta das 12h05.

Os réus Isac da Silva Nascimento , Gleison Ferreira Silva e Jaciara Pires Rodrigues foram condenados pelo crime de latrocínio, previsto no artigo 157, §3º, II, do Código Penal, e receberam penas que, somadas, ultrapassam 90 anos de reclusão.

Foto: Lucas Dias/GP1/Divulgação/PC-PI
Gleison Ferreira, Isac Nascimento e Jaciara Pires

Segundo os autos do processo, Gleison Ferreira Silva adentrou o estabelecimento armado, aproveitando-se do momento em que um funcionário abria a porta da área restrita. Ao anunciar o assalto, Gleison desferiu uma coronhada na cabeça de Normando Gomes, filho da vítima.

Petrônio Nunes de Lima, ao tentar intervir, foi fatalmente baleado no peito quando reagiu ao assalto. O criminoso fugiu levando aproximadamente R$ 1.250,00.

As investigações apontaram que Isac da Silva Nascimento deu suporte ao crime, permanecendo nas proximidades do local em um veículo Renault Sandero preto. Jaciara Pires Rodrigues foi acusada de fornecer a arma utilizada no crime.

Provas contundentes foram juntadas aos autos, incluindo imagens de câmeras de segurança, depoimentos de testemunhas e laudos periciais. Gleison Ferreira Silva confessou a autoria do crime durante o interrogatório.

As penas foram assim distribuídas: Gleison Ferreira Silva: 33 anos de reclusão; Isac da Silva Nascimento: 29 anos e 2 meses de reclusão e Jaciara Pires Rodrigues: 31 anos e 6 meses de reclusão.

Foto: Reprodução/Instagram
Petrônio Nunes

A juíza responsável pelo caso destacou na sentença a gravidade do crime e seus impactos na sociedade. Ela também pontuou que há indícios de que os condenados tenham ligações com a facção criminosa conhecida como PCC (Primeiro Comando da Capital).

O caso ganhou notoriedade não apenas pela violência empregada, mas também pelo uso de tecnologia nas investigações. O monitoramento eletrônico de Isac da Silva Nascimento, que usava tornozeleira eletrônica na época, foi crucial para comprovar sua participação no crime.

Como parte da sentença, dada na última terça-feira (19), foi estabelecido um valor mínimo de indenização de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para os familiares de Petrônio Nunes de Lima.

Os réus permanecerão presos, tendo sido negado o direito de recorrer em liberdade devido à gravidade do crime e ao risco de reiteração criminosa. Eles cumprirão suas penas inicialmente em regime fechado.

Cabe recurso ao Tribunal de Justiça do Piauí.