O GP1 teve acesso a um vídeo, onde Juliano Kelson Mourão da Silva, acusado de ter assassinar a tiros o cabo Valdir Mendonça do Vale, na terça-feira (7), confessou o crime e relatou detalhes do assalto contra um funcionário da clínica Ortomed, como também a fuga dos criminosos.
Juliano Kelson afirma no vídeo que portava um revólver calibre 38 com três munições, onde dois deles foram disparados contra o policial militar. Ele conta também que Regifran Marques Santos, dono da arma de fogo, era quem pilotava a motocicleta, em que ele estava como passageiro.
Além da motocicleta, havia também um Versa, cor prata, com duas pessoas dando suporte a dupla. Juliano Kelson disse que entrou no carro tanto antes, como depois de efetuar os disparos contra o policial militar.
“O Regifran foi me buscar em casa e me levou até o Banco do Brasil da Avenida Jóquei Clube. Quando sai de lá, eu entrei no carro. Tinha duas pessoas na parte da frente do carro e eu entrei na parte de trás. Quem dirigia era um rapaz gordo com tatuagens”, disse. Questionado se a quadrilha tinha alguma informação privilegiada, Juliano Kelson respondeu que “a gente foi aventurar”.
“Nos disseram que o rapaz tinha ido sacar um dinheiro e depois colocado na mochila, e quando ele saísse do banco, eu teria que descer e pegar a mochila, então quando o carro dele parou, eu anunciei o assalto”, acrescentou Juliano Kelson, que disse também que vestia uma bermuda azul e uma camisa azul.
Ainda segundo ele, após o assalto, os criminosos se encontrariam no Shopping da Cidade, no Centro de Teresina, mas antes disso, “o rapaz [Cabo Valdir] mandou a gente parar, paramos e como ele começou a atirar, eu atirei também nele. Eu recebi um disparo, cai no chão, levantei e sai correndo até a outra rua, onde fui socorrido pelo Versa. A mochila e a arma ficaram dentro do carro”, declarou Juliano Kelson.
- Foto: Facebook/Valdir do ValeCabo Valdir
De acordo com o coordenador da Delegacia de Homicídios de Teresina, delegado Francisco Costa, o Barêtta, a família do acusado, acompanhada de um advogado, procurou a Polícia Civil de Timon e disseram que o assassino tinha interesse em se entregar.
Uma equipe coordenada pelo delegado Higgo Martins, de Teresina, foi até um residência no bairro Parque Piauí, onde deram voz de prisão contra o criminoso. Juliano Kelson está preso na penitenciária Jorge Vieira, em Timon, devido ter realizado outro crime na cidade e possuir mandado de prisão aberto. O delegado Barêtta informou também que o caso foi finalizado e o inquérito deve ser concluído nesta semana.
Relembre o crime
Cabo Valdir exercia a atividade de policial há mais de 22 anos e era lotado no 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM), localizado na zona leste de Teresina. Ele foi atingido com um tiro na perna e outro no peito. O PM chegou a ser socorrido e levado com vida do local, mas morreu à caminho Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Um outro vídeo mostra o assalto que resultou na morte do agente de segurança pública.
O corpo do cabo Valdir foi velado na Igreja Evangélica Assembleia de Deus, no bairro Vale do Gavião, zona leste de Teresina, e enterrado na cidade de Olho D’Água.
No sábado (11), lideranças do Vale do Gavião, onde o policial militar morava, realizaram uma caminhada pedindo paz às autoridades, sobretudo no bairro, além de prestarem uma homenagem ao Cabo Valdir. Tanto o secretário de Segurança Pública, capitão Fábio Abreu, como a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Piauí (OAB-PI), lamentaram o caso.
Ver todos os comentários | 0 |