O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), divulgou nesta quarta-feira (17), as mensagens trocadas por meio do aplicativo WhatsApp entre Ítalo Rodrigo Nascimento, 16 anos e R. B. F. C, também de 16 anos, que é acusado de amarrar e assassinar o jovem no Residencial Teresina Sul, localizado na zona sul da Capital.
O coordenador do DHPP, delegado Francisco Costa, o Barêtta, disse que o suspeito verificou toda a situação antes de realizar o crime e amolou a faca utilizada no dia anterior.
“Eles conversaram sobre um encontro, já estudaram juntos, a vítima era homossexual, marcaram um encontro, a vítima disse que ficava sozinha pela manhã, então o encontro foi marcado a partir das 9 horas. O acusado premeditou tudo, verificou a rota de chegada, saídas, se a casa tinha câmeras, ele relatou que passou a noite amolando a faca do crime, pois ele queria esquartejar a vítima. Inclusive nas conversas ele perguntava se a vítima tinha problemas no coração, pois queria degustar o órgão. O adolescente apreendido revelou que queria fazer uma fotografia comendo o coração da vítima”, informou.
Ataque em escola
O acusado ainda revelou em depoimento que tinha como objetivo realizar um atentado em uma escola onde estudou. Para isso ele estava tentando conseguir uma arma de fogo. Mesmo após toda situação do crime, o suspeito apresentou frieza e nenhum sentimento de arrependimento pela morte de Ítalo Rodrigo.
“O acusado persuadiu a vítima, que teve suas mãos amarradas para trás e ele revelou também que tinha o propósito de fazer um atentado em uma escola que ele estudava. Ele estava tentando conseguir uma arma de fogo e um facão. No depoimento ele estava muito frio, insensível, não demonstrou nenhum arrependimento. Por se tratar de um menor, foi feito o auto de prisão em flagrante, só que a diferença é por ato infracionário doloso. Temos 10 dias, nós vamos encaminhar o caso para a Delegacia do menor infrator”, acrescentou.
Momentos antes do crime
Ainda de acordo com o coordenador do DHPP, a vítima ficava sozinha em casa por estar no período de férias e os seus familiares saíam todos pela manhã para trabalhar. A irmã de Ítalo Rodrigo ainda enviou mensagens para ele informando que teve um contratempo e que retornaria para a residência. A vítima avisou o acusado que a irmã chegaria mais cedo, por isso ele praticou o crime antes que ela chegasse ao local.
“Ele ficava sozinho em casa, por estar de férias, o pai e a mãe saíam de casa, a irmã dele também, só que ela teve um contratempo e avisou a vítima que estaria retornando para casa, nesse momento o acusado já estava com o adolescente e no depoimento ele conta que se apressou em matar a vítima e não esquartejou o jovem, dali ele já foi para o Satélite e por lá foi encontrado ainda com a faca e tinha um livro que ele gostava de ler sobre serial killer”, finalizou.
Velório de Ítalo
O velório de Ítalo Rodrigo foi marcado por muita emoção na manhã desta quarta-feira (17). O corpo do adolescente foi velado na própria residência, onde o crime aconteceu e deixou familiares, amigos e moradores da região bastante chocados.
Uma vizinha de Ítalo Rodrigo, que não quis ser identificada, destacou que o adolescente era uma pessoa pacata e que sua morte pegou a todos de surpresa. “Era um menino normal, a gente viu ele crescer, muito bem educado, pois os pais deles o criavam muito bem. Aqui próximo ninguém tem nada a falar dele, sempre foi um menino do bem, nunca foi envolvido com droga e nem com bebida. A gente se surpreendeu bastante”, disse a vizinha.
Arqueoane Lima estudou dois anos com Ítalo e disse que a lembrança que vai ficar é da alegria do jovem. "Ele foi sempre uma pessoa muito brincalhona, ajudava todo muito, muito amigo. Nunca foi uma pessoa escandalosa e não gostava de confusão", ressaltou.
O corpo do jovem Ítalo Rodrigo foi enterrado no cemitério do Promorar, também na zona sul de Teresina.
Entenda o caso
Ítalo Rodrigo foi encontrado morto, amarrado e amordaçado dentro de casa na manhã de terça-feira (16), no Conjunto Teresina Sul, zona sul de Teresina.
O vizinho da vítima, Eliezer Pinto, informou ao GP1 que o jovem foi localizado pelos familiares em um dos quartos da residência amordaçado e com um corte no pescoço. “É um rapaz direito, não fuma, não bebe, eu fiquei surpreso. A menina [irmã] ficou batendo na porta e eu fui com mais um colega na outra rua. Quando eu voltei, já vi muitas pessoas em frente à casa e falaram que o menino tinha sido morto”, afirmou.
O DHPP Sul revelou que a irmã responsável por encontrar o corpo recebeu uma ligação da vítima por volta de 09h. Porém, o teor da conversa ainda não foi verificado pela polícia.
Acusado diz que realizou desejo de matar
Em entrevista ao GP1, o delegado Danúbio Dias, que está investigando o caso, relatou que o menor planejou todo o crime e que tinha vontade de cometer um homicídio.
“Ele descreveu a cena vista pelos peritos, ele confessou que amarrou a vítima pelas costas e a golpeou com a faca no pescoço. Questionamos o apreendido e para nossa surpresa ele disse que tinha o desejo de cometer um homicídio. Segundo ele esse desejo era recorrente e viu na vítima a oportunidade de realizar o desejo, pois ele disse que a vítima era uma presa fácil. Em nenhum momento ele apresentou algum sentimento”, informou.
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