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TJ julga hoje pedido de expulsão do capitão Allisson Wattson

A representação tramita no TJ, porque, segundo a Constituição Federal, apenas o Tribunal de Justiça e tribunais militares permanentes podem declarar a perda de posto e patente de oficiais.

O pleno do Tribunal de Justiça do Piauí julga hoje, a partir das 13h30min, a representação feita pelo Estado do Piauí contra Allisson Wattson da Silva Nascimento para que o mesmo seja declarado indigno para o oficialato, com a perda do posto de capitão da Polícia Militar.

A representação tramita no TJ, porque, segundo a Constituição Federal, apenas o Tribunal de Justiça e tribunais militares permanentes podem declarar a perda de posto e patente de oficiais.


A ação é relatada pelo desembargador José Francisco do Nascimento.

  • Foto: Facebook/Camilla Abreu e Allisson Wattson Camilla Abreu e Allisson Wattson Camilla Abreu e Allisson Wattson

Ministério Público se manifestou pela procedência

A promotora Ana Isabel de Alencar Mota Dias, atuando por delegação da Procuradoria Geral de Justiça, opinou pela procedência para que o Tribunal decrete a perda da graduação “com a consequente a perda do soldo e remuneração pagos pelos cofres públicos estaduais”.

Segundo o parecer, juntado aos autos em 08 de novembro de 2018, “existem nos autos elementos suficientes para comprovar que o comportamento irregular oficial justificante fere a ética e o dever militares, afetando a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe, há de ser o mesmo considerado culpado, incapaz de permanecer na ativa e indigno do oficialato”.

Entenda o caso

A Corregedoria da Polícia Militar do Piauí concluiu, em 8 de fevereiro do ano passado, o processo administrativo contra o capitão Allisson Wattson. Considerado culpado, foi pedida a sua expulsão da corporação. A decisão foi lida na sede do Conselho de Justificação da Polícia Militar para os familiares de Camilla, o próprio capitão Allisson Wattson e pessoas ligadas a ele.

No dia 3 de maio, o governador Wellington Dias assinou a decisão que encaminha o processo de exoneração ao Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ), que vai decidir se o acusado perderá o posto e patente.

O crime

A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro de 2017. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro do jovem.

A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. No dia 31 de outubro, a Polícia Civil confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.

Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu. No laudo cadavérico, foi concluído que a jovem foi arrastada antes de morrer.

O capitão virou réu na Justiça depois que a juíza de direito Maria Zilmar Coutinho Leal, da 2º Vara do Tribunal do Júri, recebeu denúncia do Ministério Público. Em abril, a juíza pronunciou o capitão para ir a julgamento pelo Júri Popular.

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