O presidente da República, Michel Temer (PMDB), é citado em dois inquéritos encaminhados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), mas não será investigado em razão da “imunidade temporária” que detém na condição de chefe do Poder Executivo.
Um dos inquéritos tem como alvos os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, que, segundo informações trazidas por seis delatores, cobraram propina para irrigar campanhas eleitorais em nome do PMDB e de Michel Temer. Foram incluídas neste inquérito, as informações do delator Cláudio Melo Filho sobre um jantar, que reuniu Marcelo Odebrecht, Eliseu Padilha e Michel Temer no Palácio do Jaburu.
De acordo com informações do Estadão, durante esse jantar, teria sido feito um pedido de repasse de R$ 10 milhões, sob pretexto de financiar a campanha eleitoral de 2014. Segundo a PGR, o ex-presidente e herdeiro do grupo, Marcelo Odebrecht, confirmou o pedido e declarou que R$ 6 milhões seriam destinados a Paulo Skaf e outros R$ 4 milhões a Eliseu Padilha.
- Foto: Albery Santini/Futura Press/Estadão ConteúdoMichel Temer
O outro inquérito em que Temer é citado foi aberto para investigar o senador Humberto Costa (PT-PE). Segundo o ministro Edson Fachin, seis colaboradores narraram a ocorrência de solicitação de vantagem indevida, por parte de agentes públicos vinculados à Petrobrás. Além de Temer e de Humberto Costa, são citados o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a presidente cassada Dilma Rousseff e a ex-presidente da Petrobrás Graça Foster.
“A investigação deve tramitar em conexão com a do senador Humberto Costa, com exceção do atual presidente da República, Michel Temer. Isso porque ele possui imunidade temporária à persecução penal”, disse Janot no pedido de abertura de inquérito.
Ver todos os comentários | 0 |